sábado, 21 de dezembro de 2013

Conto de Natal

A noite é quase gelada...
Contudo, Mariazinha
É a menina de outras noites
Madre_Teresa_de_Calcuta_04-04-13
Que treme, tosse e caminha...

Guizos longe, guizos perto...
É Natal de paz e amor.
Há muitas vozes cantando:
“Louvado seja o Senhor!”

A rua parece nova
Qual jardim que floresceu.
Cada vitrine enfeitada
Repete: “Jesus nasceu!”

Descalça, vestido roto,
Mariazinha lá vai...
Sozinha, sem mãe que a beije,
Menina triste, sem pai.

Aqui e ali, pede um pão...
Está faminta e doente.
-“Vadia, saia depressa!”
É o grito de muita gente.

-“Menina ladra! outros dizem.
-“Fuja daqui, pata feia!
Toda criança perdida
Deve dormir na cadeia.”

Mariazinha tem fome
E chora, sentindo em tormo
O vento que traz o aroma
Do pão aquecido ao forno.

Abatida, fatigada,
Depois de percurso enorme,
Estira-se na calçada...
Tenta o sono mais não dorme.

Nisso, um moço calmo e belo
Surge e fala, doce e brando:
- Mariazinha, você
Está dormindo ou pensando?

A pequenina responde,
Erguendo os bracinhos nus:
- Hoje é dia de Natal,
Estou pensando em Jesus.

- Não recorda mais alguém?
E ela, a chorar, disse: -Eu
Penso também com saudade,
Em minha mãe que morreu...

- Se Jesus aparecesse,
Que é que você queria?
- Queria que ele me desse
Um bolo da padaria...

Depois de comer, então
- E a pobre sorriu contente
Queria um par de sapatos
E uma blusa grande e quente...

Depois... queria uma casa,
Assim como todos têm...
Depois de tudo... eu queria
Uma boneca também...

- Pois saiba Mariazinha,
Eu lhe digo que assim seja!
Você hoje terá tudo
Aquilo que mais deseja.

- Mas, o senhor quem é mesmo?
E ele afirma, olhos em luz:
- Sou seu amigo de sempre,
Minha filha, eu sou Jesus!...

Mariazinha, encantada,
Tonta de imensa alegria,
Pôs a cabeça cansada
Nos braços que ele estendia...

E dormiu, vendo-se outra,
Em santo deslumbramento,
Aconchegada a Jesus
Na glória do firmamento.

No outro dia, muito cedo,
Quando o lojista abre a porta,
Um corpo caiu de leve...
A menina estava morta.

Pelo Espírito Francisca Clotilde

XAVIER, Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal. Espíritos Diversos. FEB.

Feliz Natal a todos!!!

Encerramento 1

domingo, 24 de novembro de 2013

William Alves de Oliveira e Júlio de Carvalho

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Palestra com William Alves de Oliveira, Uberaba, MG e psicografia com Júlio de Carvalho, Pratinha, MG.

frase-nos-momentos-de-dificuldade-de-minha-vida-lembrei-me-que-na-historia-da-humanidade-o-amor-e-a-mahatma-gandhi-106575Palestra espírita com William Alves de Oliveira (Uberaba, MG) e psicografia com Júlio de Carvalho (Pratinha, MG) dia 15/12/2013.

 

Local: CENTRO ESPÍRITA EMMANUEL 

RUA: PINHEIRO MACHADO, 128 CENTRO

SÃO GOTARDO, MG.

Início dos atendimentos aos familiares com Júlio para as 17:00hs

Início da palestra + psicografia para as 19:00hs

Tema: VENCENDO AS DIFICULDADES DA VIDA

Haverá venda de livros espíritas (do médium Júlio de Carvalho)

terça-feira, 19 de novembro de 2013

MENSAGEM DE UM JOVEM DESENCARNADO NA BOATE KISS - PSICOGRAFADA POR ÂNGELA HENRIQUES

untitledMãe querida, em primeiro lugar, peço-te, que te acalmes, acalmes estes pensamentos, acredites nestas linhas.

Sou eu o André, o teu André. Não penses que sofri ou estou sofrendo, e muito menos descansando eternamente.

Mãe, ainda não sei como cheguei por estas paragens, mas me lembro da fumaça, da correria, do cheiro de queimado, foi daí que tropecei e cai esborachado aqui... Embora ainda sujo, os olhos ardendo, percebi os meus amigos ali juntos e todos eles bem assustados como eu, mas que de alguma forma, estávamos inteiros.Precisando de cuidados médicos, mas vivos. Daí começaram a nos explicar cuidadosamente o ocorrido, enquanto éramos tratados.

Estavam comigo e ainda estão, o Pardal, A Neca, o Silvio, o Pedro, a Carol, Suzie, Roger, Pablito e outros que não consigo dizer os nomes. Por enquanto estamos bem ajeitados e nos adaptando a esta nova condição de meio mortos , hahahaha...

A vida continua rotineira e tranqüila dentro das possibilidades, todos os dias, vamos ás alas hospitalares e damos boas vindas aos demais vitimados naquele incidente horrível. Passou para nós, ficou para trás, apenas nos lembramos, nada mais.

Qualquer dia destes ,aceitarei a oferta de ir novamente a uma festa. Soube que são muito animadas por aqui, mas ainda é cedo para encarar...

Por aqui, é tudo bem parecido com a vida de antes, estou louco para voltar aos estudos, mas ainda não tenho acesso ás matérias, e ainda não sei no que trabalharei, mas já soube que serei remunerado. Corre solto que aqui também podemos paquerar! Há tanta coisa boa a me esperar, que mal me seguro para começar logo, mas vejo que terei que ir à massa!

Pegar solto.

Suas orações, mãe chegam direto no meu coração

Sinto saudades, também , sabias?

Sinto falta de todos, até do cheiro do capim molhado

Mas não há como voltar, então o melhor é se apresentar a esta nova vida, e ir em frente

E estas benditas lágrimas nas tuas faces, que enxugo neste momento com sonoros beijos e um sorriso maroto.

Mande abraços de saudades aos meus amigos e amigas.Diga a eles, coragem. A vida não morre! Nem por fogo ou água. A vida é viva. Quem me conhece, sabe que não sou de dobrar diante de nada, e esta tal morte, também não me dobrou. Continuo o mesmo guru.

Amo todos, e quando me for permitido, de novo aqui estarei neste noticiário diferente, mas muito legal.

Beijo família... beijo mamãe.

André.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

BEZERRA DE MENEZES

Pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos). Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

ImageProxyLivro: Doutrina e Aplicação. Lição nº 05. Página 35.

Conta-se que Bezerra de Menezes, o denotado apóstolo do Espiritismo no Brasil, após alguns anos de desencarnação, achava-se em praia deserta, meditando tristemente quanto à maioria dos petitórios que lhe eram endereçados do mundo.

Em grande número de reuniões consagradas à prece, solicitavam-lhe providências de natureza material. Numerosos admiradores e amigos rogavam-lhe empregos rendosos, negócios lucrativos, alojamentos, proteção a documentários diversos, propriedades e promoções.

Em verdade, sentia-se feliz, quando chamado a servir um doente ou quando trazido à consolação dos infortunados, porém, fora na Terra um médico espírita e um homem de bem, à distância de maiores experiências em atividades comerciais.

Por que motivo a convocação indébita de seu nome em processos inconfessáveis? Não era também ele um discípulo do Evangelho, interessado em ascender à maior comunhão com o Senhor? Não procurava aprender igualmente a lutar e renunciar?

Monologava, entre inquieto e abatido, quando viu junto dele o grande Antonio, desencarnado em Pádua, no ano de 1231. O herói admirável da Igreja Católica, nimbado de intensa luz, ouvira-lhe o solilóquio amargo.

Abraçou-o, com bondade, e convidou-o a segui-lo. A breves minutos, ei-los ambos no perfumado recinto de grande templo.

O santuário, dedicado ao popular taumaturgo, regurgitava de fiéis que se prosternavam, reverentes, diante da primorosa estátua que o representava, sustentando a imagem de Jesus Menino.

O santo impeliu Bezerra a escutar os requerimentos da assembléia e o seareiro espírita conseguiu anotar as mais estranhas e inoportunas requisições. Suplicava-se a Antonio casa e comida, dinheiro fácil e saliência política, matrimônio e proteção. Não faltava quem lhe implorasse contra outrem perseguição e vingança, hostilidade e desprezo, inclusive crimes ocultos.

O amigo e benfeitor esboçou um gesto expressivo e falou bem humorado, ao evangelizador brasileiro:

- Observaste atentamente? As petições são quase sempre as mesmas nos variados campos da fé.

Sequioso de burilamento íntimo, troquei na Igreja o hábito de cônego pelo burel dos frades... Ensinei a palavra do Mestre Divino, sufocando os espinhos de minhas próprias imperfeições. Fosse nas seduções da vida secular ou na austeridade do convento, caminhava mantendo pavorosas batalhas comigo mesmo, ansiando entesourar a virtude, em cujo encalço permaneço até hoje, entretanto, procuram-me através da oração, por meirinho comum ou por advogado casamenteiro...

E, por que Bezerra sorrisse, reconfortado, aduziu?

- Nosso problema, no entanto, é o de instruir sem desanimar. Jesus no monte sentiu extrema compaixão pela turba desvairada, alimentando-lhe o corpo e clareando-lhe a alma obscura...

Nesse justo momento, surge alguém à cata de Bezerra.

Num círculo de oração, organizado na Terra, pediam-lhe indicações para que fosse descoberto um enorme tesouro de aventureiros antigos, desde muito enterrado.

Antonio afagou-lhe os ombros e disse benevolente:

- Vai, meu amigo, e não desdenhes auxiliar. Decerto, não te preocuparás com o ouro escondido, mas ensinarás aos nossos irmãos o trato precioso do solo para a riqueza do pão de todos e, descerrando-lhes o filão do progresso, plantarás entre eles o entendimento e a bondade do Excelso Amigo.

Bezerra despediu-se, contente, e tornou corajoso à luta, compreendendo, por fim, que não bastaria lamentar a atitude dos companheiros invigilantes, mas auxiliá-los com todo amor, consciente de que o Cristo é o Mestre da Humanidade e de que o Evangelho, acima de tudo, é obra de educação.

 

1831

Nasce em 29 de agosto, no Riacho do Sangue, Estado do Ceará sendo seus pais: Antônio Bezerra de Menezes e Fabiana de Jesus Maria Bezerra.

1838

entra para a escola pública da Vila do Frade.

1842

continua seus estudos no Rio Grande do Norte, Serra do Martins, Vila da Maioridade.

1844

com 15 anos de idade, substitui algumas vêzes o professor nas aulas de latim.

1846

completa seus estudos preparatórios no Liceu de Fortaleza.

1851

embarca em 5 de fevereiro para a Côrte a fim de fazer o curso de Medicina.

1852

praticante e interno no Hospital da Santa Casa da Misericórdia.

1856

doutora-se em Medicina, obtendo em todos os anos do curso a nota "Optima cum Laude"!

1857

sócio efetivo da Academia Imperial de Medicina.

1858

cirurgião-tenente do corpo de saúde do Exército.

casa-se em 6 de novembro com D. Maria Cândida de Lacerda.

1859

redator dos Anais Brasilienses de Medicina até 1861.

1860

a insistência dos moradores da freguesia de São Cristóvão inclui seu nome na lista de candidatos à vereança

do Partido Liberal.

1861

empossado no cargo de vereador demite-se do cargo de Secretário interino do Corpo de Saúde do Exército.

1863

falece sua espôsa D. Maria Cândida de Lacerda em 24 de março, deixando-lhe dois filhos.

1864

reeleito para o cargo de Vereador para o período 1864/68.

1865

casa-se em 21 de janeiro com D. Cândida Augusta de Lacerda Machado com quem teve sete filhos.

1867

presidente interino da Câmara Municipal da Côrte.

deputado Geral pelo Distrito da Côrte.

1873

reeleito vereador para o Distrito da Côrte até 1881.

1875

inicia o estudo do Espiritismo.

1877

presidente interino da Câmara Municipal da Côrte.

1878

presidente efetivo da Câmara Municipal da Côrte até 1881,

novamente Deputado Geral pelo Distrito da Côrte até 1885.

inclusão de seu nome na lista Senatorial do Ceará.

1879

homenagem dos súditos portuguêses residentes na Côrte ofertando-lhe seu retrato a óleo em tamanho natural pelo pintor Augusto Rodrigues Duarte.

1885

encerra suas atividades políticas no pôsto de Presidente da Câmara Municipal e deputado Geral Pelo Distrito da Côrte.

1886

em 16 de agôsto proclama, pùblicamente, sua adesão ao Espiritismo.

1887

inicia sob o pseudônimo de MAX uma série de artigos doutrinários espíritas em "O Paiz", jornal dirigido por Quintino Bocayuva e no "Reformador", órgão da Federação Espírita Brasileira.

1889

presidente da Federação Espírita Brasileira e do Centro Espírita do Brasil.

1890

Vice-Presidente da Federação Espíria Brasileira.

Representação em defesa do Espiritismo ao Marechal Deodoro da Fonseca

1891

Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira.

Traduz o livro "Obras Póstumas" de Allan Kardec, editado em 1892.

1893

Representação em defesa do Espiritismo ao Congresso Nacional.

1894

Diretor efetivo do Centro da União Espírita de propaganda no Brasil.

1895

Presidente da Federação Espírita Brasileira.

reeleito Presidente até sua desencarnação ocorrida em:

1900

dia 11 de abril às 11 horas e 30 minutos no Rio de Janeiro.

ADOLFO BEZERRA DE MENEZES

Foi membro:

Academia Nacional de Medicina e honorário da secção Cirúrgica.

Instituto Farmacêutico
- Sociedade de Geografia de Lisboa.
- Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional.
- Sociedade Físico-Química.
- Sociedade Propagadora das Belas Artes.
- Sociedade Beneficência Cearense, (Presidente).
- do Conselho do Liceu de Artes e Ofícios.
- Companhia Carris Urbanos de São Cristóvão, (Presidente).
- Companhia Estrada de Ferro Macaé a Campos, (Fundador).
- Companhia Arquitetônica, (Diretor).

Artigos e Obras publicadas:

- Diagnósticos do Câncer.
- Algumas considerações sôbre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento.
- Das operações reclamadas pelo estreitamento da uretra.
- Biografia do Visconde do Uruguai, Paulino José Soares de Souza.
- Biografia do Visconde Caravelas, Manoel Alves Branco.
- A Escravidão no Brasil, e medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação.
- Breves considerações sôbre as sêcas do Norte.
- Os Carneiros de Panúrgio.
- A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica ou Uma Carta de Bezerra de Menezes.
- A Loucura sob Nôvo Prisma.
- Espiritismo, (Estudos Filosóficos).
- Os Mortos que Vivem.
- Segredos da Natura.
- A Pérola Negra.
- Evangelho do Futuro.
- Lázaro, o Leproso.
- História de um Sonho.
- O Bandido.
- A Casa Assombrada.
- Viagem através dos Séculos.
- Casamento e mortalha, (incompleto).
- Redigiu a "A Sentinela da Liberdade" no período de 1869/70.
- Artigos doutrinários espíritas no jornal "O Paiz" no período de 1877 a 1894.
- Redator-chefe do "Reformador", órgão da Federação ESpírita Brasileira.

domingo, 11 de agosto de 2013

Mensagem para o "Dia dos Pais"'

pai-e-filhoDeus, em sua infinita sabedoria, justiça e bondade, na trajetória evolutiva dos seus filhos amados, convoca-os a missões sublimes nas cercanias terrenas. E dentre as quais, uma é demasiada passível de louvor: a paternidade.

Feliz daquele Espírito que, abençoado com a condição de pai, fortifica-se na fé e na bonomia para bem cumprir essa tarefa tão árdua quanto tem sido em nosso cotidiano, provendo seus filhinhos -- que lhe são concedidos por empréstimo do Criador -- com o pão material e o ensinamento moral. Grandes serão as suas recompensas, com a graça do Poderoso.

Assim o constatamos conforme o testemunho da Codificação Espírita:

A paternidade pode ser considerada como missão?

“Sem dúvidas que é uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o homem pensa, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização fraca e delicada, que o torna propício a todas as impressões. No entanto, há muitos que mais cuidam de aprumar as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de formar o caráter de seu filho. Se este vier a falir por culpa deles, suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem.”

Os pais são responsáveis pelo transviamento de um filho que envereda pelo caminho do mal, apesar dos cuidados que lhe dispensaram?

“Não; porém, quanto piores forem as disposições do filho, tanto mais pesada é a tarefa e tanto maior o mérito dos pais, se conseguirem desviá-lo do mau caminho.”

(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec - questões 582 e 583)

A todos, um excelente domingo comemorativo ao "Dia dos Pais".

E ao nosso Pai Celestial, todo o nosso amor.

Colaboração: Equipe Luz Espírita

 

Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO,
mesmo sabendo que as rosas não falam...
Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o a-historia-do-dia-dos-pais-origem-como-surgiufuturo que nos espera pode não ser tão alegre...
Que eu não perca a VONTADE DE VIVER, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...
Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...
Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS,
Mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir, esta ajuda...
Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo
que inúmeras forças querem que eu caia...
Que eu não perca A VONTADE DE AMAR, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo pode não sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a LUZ E O BRILHO NO OLHAR, mesmo sabendo que muitas coisasdia-dos-pais-1 que verei no mundo escurecerão os meus olhos...
Que eu não perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda
São dois adversários extremamente perigosos...
Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas...
Que eu não perca o sentimento de JUSTIÇA, mesmo
sabendo que o prejudicado possa ser eu...
Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO, mesmo sabendo
que um dia os meus braços estarão fracos...
Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VIVER, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...
Que eu não perca o AMOR POR MINHA FAMÍLIA, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua harmonia...
Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado...
Que eu não perca a vontade de SER GRANDE, mesmo
sabendo que o mundo é pequeno...
E acima de tudo...
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente!
Que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois,,,
A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS E CONCRETIZADA NO AMOR!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Mediunidade Perturbada

 

É fácil culpar o Espírito obsessor pela mediunidade conturbada, mas quem o atrai e lhe fornece sintonia é o encarnado, ou seja, o médium.mediunidade

  Se o médium, do ponto de vista da execução, não passa de um instrumento, exerce, todavia, influência muito grande, sob o aspecto moral. Pois que, para se comunicar, o Espírito desencarnado se identifica com o Espírito do médium, esta identificação não se pode verificar, senão havendo, entre um e outro, simpatia e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito livre uma espécie de atração, ou de repulsão, conforme o grau da semelhança existente entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais do médium exercem influência capital sobre a natureza dos Espíritos que por ele se comunicam. Se o médium é vicioso, em torno dele se vêm grupar os Espíritos inferiores, sempre prontos a tomar o lugar aos bons Espíritos (…) Os defeitos que afastam os bons Espíritos são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria.” - Allan Kardec. (O Livro dos Médiuns, cap. 20, item 227.)
Este texto trata do mau uso da mediunidade, destacando como um processo obsessivo promove dificuldades na vida e na prática mediúnica. Nosso objetivo é entender a responsabilidade de ser médium e como tão sutil é a influência perniciosa de Espíritos inferiores, podendo provocar, conforme nossa conduta, o processo obsessivo.


Responsabilidade de ser médium


Iniciamos trazendo a questão da responsabilidade de ser médium, e para isso nada melhor do que a palavra do Espírito Tobias, conforme narrativa do Espírito André Luiz no capítulo 3 do livro “Os Mensageiros”, quando esse abnegado trabalhador espiritual explica a função do Centro de Mensageiros do Ministério da Comunicação, na colônia espiritual Nosso Lar:
“Preparam-se aqui numerosos companheiros para difusão de esperanças e consolos, instruções e avisos, nos diversos setores da evolução planetária (…) Organizamos turmas compactas de aprendizes para a reencarnação. Médiuns e doutrinadores saem daqui às centenas, anualmente (…) Saem milhares de mensageiros aptos para o serviço, mas são muito raros os que triunfam. Alguns conseguem execução parcial da tarefa, outros muitos fracassam de todo. (…) Esmagadora percentagem permanece a distância do fogo forte. Trabalhadores sem conta recuam quando a tarefa abre oportunidades mais valiosas”.
Como vemos, existe no mundo espiritual a preparação daqueles que exercerão a mediunidade, e isso é levado tão a sério que André Luiz compara o Centro de Mensageiros a uma instituição congregando algumas universidades reunidas. E não por outro motivo, Allan Kardec dedicou uma obra inteira da codificação espírita para tratar do assunto, qual seja “O Livro dos Médiuns”.
Ressalte-se da explicação de Tobias que o médium deve ser promotor de esperanças e consolos, instruções e avisos, como um servidor fiel para o progresso da humanidade. Para isso, deve sintonizar com o bem, realizando todos os esforços para se colocar humildemente a serviço de Jesus, o governador planetário, procurando combater em si mesmo, de forma incessante, todos os vícios que possam levá-lo a afinizar-se com Espíritos imperfeitos. Nunca é demais, como insiste Allan Kardec nas obras que compõem a codificação espírita, chamar a atenção do médium quanto à sua responsabilidade e necessidade de autoeducação.
A fala do Espírito Tobias casa-se perfeitamente com a explicação de Kardec que abre nosso texto, ou seja, se existem muitos fracassos no campo mediúnico, estes se devem exclusivamente ao médium que, por falta de estudo e esforço no seu aprimoramento, atrai para si, pelas leis da simpatia e da afinidade, Espíritos imperfeitos que o desviarão da tarefa.
Exercer a mediunidade não é complicado, pois ela é uma faculdade natural do homem, do Espírito encarnado, mas exige algumas reflexões, como a realizada por José Herculano Pires em seu livro “Mediunidade”:
“No ato mediúnico tanto se manifesta o Espírito do médium como um Espírito ao qual ele atende e serve. Os problemas mediúnicos consistem, portanto, simplesmente na disciplinação das relações espírito-corpo. É o que chamamos de educação mediúnica. Na proporção em que o médium aprende, como Espírito, a controlar a sua liberdade e a selecionar as suas relações espirituais, sua mediunidade se aprimora e se torna segura. Assim, o bom médium é aquele que mantém o seu equilíbrio psicofísico e procede na vida de maneira a criar para si mesmo um ambiente espiritual de moralidade, amor e respeito pelo próximo”.
A educação mediúnica, que deve ser entendida como educação do médium, deve ser constante, pois médium que se considera preparado e deixa o tempo passar, colocando-se afastado do estudo doutrinário, corre sérios riscos, pois acaba entrando numa zona de conforto onde vícios, trejeitos e falta de bom senso diante das manifestações espirituais de que é instrumento, se instalam de forma sutil, dando campo à instalação e evolução do processo obsessivo que, como se sabe, conforme classificação de Kardec, passa pela obsessão simples, chega à fascinação e pode terminar na subjugação, todas essas modalidades em variados graus.

Influência sutil dos Espíritos inferiores


Mediunidade conturbada, ou seja, sem disciplina, sem discernimento, sem educação, é campo preparado para receber a influência sutil de Espíritos inferiores, que ocorre na medida em que o Espírito, após sintonizar com o médium, vai paulatinamente dominando sua mente, levando o médium a um estado de espírito negativo, que podemos identificar quando o médium começa a ter tendência para o derrotismo, o desânimo, perdurando esse estado durante horas ou dias.
Deve o médium perceber, no seu dia-a-dia, estados de espírito como dificuldade de concentrar ideias otimistas; ausência de concentração em leituras edificantes; dificuldade em orar; tristeza sem razão; indisposição inexplicável, principalmente quando em dia de atividade mediúnica ou de estudo; aborrecimento com conversações edificantes; pessimismo; exageros de sensibilidade; depressão; colocar-se quase sempre como vítima; teimosia em não aceitar conselhos e críticas construtivas, entre outros sintomas semelhantes que podem indicar uma influência negativa sutil.


As quatro fragilidades humanas


O Espírito Manoel Philomeno de Miranda, no livro “Trilhas da Libertação”, psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco, apresenta no capítulo “Os Gênios das Trevas” o que os Espíritos obsessores consideram como as “quatro legítimas verdades” humanas que facilitam o processo obsessivo:
1)     Sexo – pois o homem facilmente se compraz no prazer.
2)     Narcisismo – por ser filho predileto do egoísmo, e pai do orgulho e da vaidade.
3)     Poder – quando o homem revela seus instintos e se deixa levar pelos interesses materiais.
4)     Dinheiro – pois ele compra vidas e escraviza almas.
Todo médium deve ter redobrados cuidados com essas quatro áreas, não devendo alegar que uma coisa é ser médium, quando procura obedecer certa disciplina, e que outra coisa é ter sua vida privada, quando essa disciplina mental e moral não precisaria prevalecer. Esse é o grande engano do qual os Espíritos inferiores procuram tirar proveito e, em muitos casos, conseguem com êxito, desviando o médium de suas sagradas funções, tornando-o joguete do processo obsessivo.


Advertência necessária


Elucida o instrutor espiritual Alexandre, no capítulo 3 do livro “Missionários da Luz”, ditado pelo Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier:
“É imprescindível santificar a faculdade mediúnica, convertendo-a no ministério ativo do bem. A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, não se dispõe aos serviços preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem, inexoravelmente, a matéria e o Espírito, localizando-os em campos opostos, quando nós, estudantes da verdade, ainda não conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outro, integrados na certeza de que toda a organização universal se baseia em vibrações puras. Inegavelmente, (…) os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores. Ora, para os que se trancafiam nos cárceres de sombra, não é fácil desenvolver percepções avançadas. Não se pode cogitar de mediunidade construtiva, sem o equilíbrio construtivo dos aprendizes, na sublime ciência do bem-viver”.
Problemas no exercício da mediunidade? Desequilíbrio na vida pessoal? A culpa não é da mediunidade, pois que ela é faculdade natural. A culpa é do próprio médium, pois na maioria das vezes o encontramos arredio ao estudo, à reforma íntima, à sintonia com o bem. Acomodado, e separando o que é do Espírito do que é da matéria, quando na verdade somos todos seres integrais, passa facilmente ao campo da fascinação, quando os Espíritos inferiores tudo fazem passar através dele e, influenciando magneticamente, acabam levando-o, com sua mediunidade conturbada, a vícios lamentáveis do corpo e da alma.


Para pensar


Será possível obter bons resultados sem educação mediúnica?
Poderá um médium que sofre influência de Espíritos inferiores ser um bom instrumento? Como o médium pode ser um tarefeiro de Jesus para regeneração da humanidade, sem o devido esforço em ser um homem de bem?
Se o Espiritismo é doutrina que tem a missão de realizar a transformação moral da humanidade, como o médium espírita pode viver sem realizar o seu aprimoramento espiritual?
Finalizando, solicitamos a todos os médiuns profunda reflexão sobre o texto de Allan Kardec que inicia nosso estudo, especialmente o seguinte trecho:
“A alma (Espírito encarnado) exerce sobre o Espírito livre uma espécie de atração, ou de repulsão, conforme o grau da semelhança existente entre eles”.
Ou seja: fácil é culpar o Espírito obsessor pela mediunidade conturbada, mas quem o atrai e lhe fornece sintonia é o encarnado, portanto, o médium.
Pensemos nisso.


Marcus De Mario

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Francisco de Roma e do Brasil, entre os muitos Franciscos

bannerchicojeeIndiscutivelmente, a figura do cardeal maior da Igreja de Roma é um personagem importante para a história do planeta. Seja ele quem for, atrai atenções e comentários, das pessoas, religiosas ou não, e da mídia. É um homem, portanto, que exorbita o interesse de católicos, tão somente.

Não vou me demorar enquadrando a presença da filosofia católica sobre a Terra, desde que Constantino o reconheceu como “religião oficial do Estado Romano”. Tampouco irei tecer comentários sobre as ações da cúria, sejam elas positivas ou negativas, nem tratarei de aspectos correlacionados à liturgia e aos dogmas da crença oficial cristã. Penso que os fatos do passado pertencem ao cenário e ao tempo em que ocorreram, em face da realidade espiritual de seus protagonistas e dos demais habitantes dos lugares em que ocorreram, localmente ou em aspecto mais amplo, em termos planetários.

Vou me debruçar sobre a imagem, as palavras e a postura do atual Chefe da Igreja Católica, o cardeal argentino Bergoglio, papa Francisco. E as impressões serão de um espírita que acredita no Humanismo, na Pluralidade, no Livre Pensar e na perspectiva de modificação do ambiente planetário a partir da presença e da atuação das pessoas.

Francisco promove um verdadeiro choque de gestão na vetusta religião e implementa, aos poucos, uma postura bastante diferente dos seus antecessores. Se focarmos a comparação com João Paulo II (o polonês Wojtyla), poderemos vislumbrar algumas pequenas semelhanças, sobretudo no seu pontificado até o fatídico atentado que ele sofreu, em Roma, desencadeando a debilitação de suas forças físicas até a morte. João de Deus também era bem próximo das pessoas, do povo e os aparatos de segurança papal foram intensificados a partir daquela tarde na Itália. Francisco como João são dotados de notável e notório carisma. Em relação ao polonês, este carisma ainda prevalece vivo e presente, ampliado a partir da perspectiva de sua canonização e santidade.

Embora seja cedo para aquilatar qual será a importância integral da presença deste latino-americano como sumo pontífice (e dos efeitos que produz e produzirá por, cremos, bastante tempo, em face de sua idade e disposição), a Igreja tem um dinâmico personagem capaz de promover mudanças, não propriamente no plano externo como fez João Paulo em relação à política internacional, economia e relações internacionais entre povos e Estados, mas no âmbito interno, da organização, funcionamento e prioridades da Igreja Católica. Se Wojtyla foi um legítimo estadista (ainda que se possa contestar, aqui ou ali, várias das metodologias e das atitudes que ele possa ter utilizado em sua caminhada) produzindo reflexos e reflexões importantes para um mundo em “fase de abertura”, Bergoglio pretende ocupar a posição de legítimo pastor de um rebanho (até então bastante confuso e perplexo em relação à real condição humana dos líderes religiosos, ao contrário da aparente santidade cultuada e imaginada pelos fiéis). Estamos diante, agora, de um homem sentado no trono maior de uma nação religiosa (ainda que, notoriamente, em diminuição percentual de adeptos por todo o mundo, em face da expansão dos cultos neopentecostais e da abertura para as filosofias reencarnacionistas do ocidente e do oriente).

Este homem fala diferente. Seus discursos possuem novas configurações voltadas para a inclusão e a abertura em relação às “ovelhas desgarradas”, excluídas pelas falas anteriores ou expulsas em face das prescrições religiosas em relação ao “dever ser”, sem comportar perdões ou regenerações dos “pecadores”. A Igreja vinha praticando, cultural e historicamente, o oposto, portanto, daquilo que seu maior inspirador, Jesus de Nazaré, havia prelecionado e exemplificado: o acolhimento dos pecadores a partir do reconhecimento da condição humana, errante dos filhos de Deus, em trajetória sempre ascendente. Francisco acolhe, aproxima, abraça, numa nítida intenção de permitir que os filhos pródigos (em todos os sentidos, não somente o material) possam comungar no seio da comunidade cristã e recebem o reconhecimento de serem “parte” da Comunidade Planetária, sem exceções. Seja às mães que abortaram, aos homossexuais e aos envolvidos em vícios, sua palavra e sua atitude tem sido numa única direção: - Vinde a mim!

No plano político-institucional, pelas notícias e avaliações técnicas de especialistas a que tivemos contato, o “Santo Papa” também está implementando uma política de austeridade, transparência e regularização de erros, assim como, supõe-se virão, apurações dos ilícitos e julgamento e apenação exemplar dos envolvidos. Eis, aí, uma excelente “novidade”, porquanto as facções religiosas têm sido agraciadas por benesses e instrumentos protecionistas injustificáveis, por parte dos Estados laicos, numa confusão injustificável entre os “assuntos de fé e crença” e os “negócios mundanos”. Em muitas das nações desenvolvidas, os Estados (e seus gestores e fiscalizadores) deixam de realizar ações de averiguação, controle e exação sobre as instituições religiosas, resultando num preocupante estado de libertinagem que conduz a crimes de variada configuração, o mais grave deles o da exploração da fé e dos recursos financeiros pessoais dos chamados crentes.

Neste aspecto, o saneamento que pretende fazer Francisco vem em oportuna e undécima hora, ainda que, para sua execução, interesses vários estejam em contraponto e a sempre perigosa extensão dos poderes e honrarias humanos possa configurar resistência ou ameaça à boa intenção de regularização contida nos objetivos da gestão papal. Nossos votos de que ele (e os que o assessoram) possa alcançar o intento, melhorando a imagem da instituição estatal do Vaticano.

Para todos os que trabalham com as energias dos Espíritos, a passagem do papa pelo Brasil foi muito positiva. Mesmo aqueles que temiam por sua segurança e integridade – tendo em vista o cenário anterior em que as mobilizações contra os desmandos políticos dos governos de diferentes esferas de poder estiveram na pauta e que, ainda que minoritariamente, excessos em termos de atos de violência, vandalismo e criminalidade foram constatados – ficaram surpresos com a “intocabilidade” do pontífice. Figurativamente, uma aura envolveu o homem “de Deus” e o permitiu transitar livremente “por entre as pessoas”, convivendo com elas e recebendo aquela que é uma das maiores marcas da Sociedade brasileira: a hospitalidade.

Positiva porque permitiu a interlocução da mensagem católica com outras correntes de pensamento, direta ou indiretamente, a partir das mensagens contidas seja nas homilias, seja nas pregações, seja nos gestos e nos contextos de sua peregrinação. Positiva porque deixou uma clara mensagem aos homens e mulheres, religiosos ou não, de que é preciso abrir-se para o outro, dialogar construtivamente e buscar soluções a partir da conduta pessoal de cada um. Positiva porque sua simplicidade de ser e sau “humildade” no trajar e demais componentes que envolvem seu ministério são exemplos para aqueles que imaginavam a mantença do quadro de opulência e ostentação dos tradicionais representantes das igrejas em geral, com raras exceções, assim como para aqueles que, investidos em poderes temporais, no cenário sócio-político, adornam-se de elementos superficiais e desnecessários, bem como se valem da posição que ocupam para se locupletarem com outras vantagens, a preço exorbitante pago pelos cidadãos contribuintes. Positiva porque permite que, mesmo que não hajam mudanças significativas em relação à teoria e aos dogmas da religião da cristandade, já que estas atravessam séculos sem alterações e pertencem ao caráter constitutivo em si da crença católica, a práxis e a conduta em relação às chamadas “verdades religiosas” permite divisar uma igreja mais próxima do povo e, portanto, mais aberta à perspectiva da realidade “de dentro para fora”, isto é, do ser para o existir, do pensar para o agir, ao invés da prescrição de condutas perfeccionistas bem distantes da realidade (espiritual) de cada fiel ou, mais amplamente, de cada um dos “filhos de Deus”.

Esta configuração é, em essência, o melhor recado que podemos tirar da presença, entre nós, de Francisco de Roma: sua disposição em reinventar a Igreja a partir de novos comportamentos e atitudes. Aliás, é isto também que esperamos do movimento espírita: sua abertura para os “vários e muitos” espiritismos que por aí existem, distanciando-nos enfim das “prescrições de conduta espírita”, dos manuais de “pureza doutrinária”, das exceções e afastamentos, das indiferenças e dos silêncios em relação aos, digamos, “diferentes”. Ao deixarmos de lado a “autoridade” que possamos achar ter em relação ao conteúdo das obras espíritas, por meio de comportamentos de censura e de admoestação àqueles que, no nosso entender, estejam atuando “fora” do padrão que convencionamos adotar, em instituições maiores de gestão espírita, reinventamos o Movimento Espírita, para permitir a aproximação e o diálogo COM TODOS, investindo nas semelhanças e não nas mínimas diferenças (de entendimento sobre os princípios ou teorias espiritistas), dando passos audaciosos na direção do entendimento e das parcerias, tão importantes para uma Sociedade carente e em transição. Mais que isso, descemos o degrau de uma aparente “superioridade” derivada da teoria, da interpretação ou da prática, em que tradicionalmente podem se colocar alguns espíritas cuja intransigência não tem permitido os necessários avanços. Não há um ÚNICO modo de entender o Espiritismo. Não há uma MESMA forma de “trabalhar com os Espíritos”. Vale dizer: se não estamos abertos para aprender com os outros, dentro e fora das hostes espíritas, não estamos materializando as aspirações traçadas pelos Espíritos que laboraram com Kardec e que o levaram, conclusivamente, a pontuar:

O Espiritismo tem princípios que, em razão do fato de estarem fundados sobre as leis da Natureza, e não sobre abstrações metafísicas, tendem a se tornar, e serão certamente um dia, os da universalidade dos homens; todos os aceitarão, porque serão verdades palpáveis e demonstradas, como aceitaram a teoria do movimento da Terra; mas pretender que o Espiritismo será, por toda parte, organizado da mesma maneira; que os Espíritas do mundo inteiro se sujeitarão a um regime uniforme, a um mesmo modo de proceder; que deverão esperar a luz de um ponto fixo para o qual deverão fixar os seus olhares, seria uma utopia tão absurda quanto pretender que todos os povos da Terra não formarão um dia senão uma única nação, governada por um único chefe, regulada pelo mesmo código de leis, e sujeita aos mesmos usos. Se há leis gerais que podem ser comuns a todos os povos, essas leis serão sempre, nos detalhes da aplicação e da forma, apropriadas aos costumes, aos caracteres, aos climas de cada um” (Kardec, Allan. Constituição do Espiritismo, Revista Espírita, dezembro de 1868).

Vejo este Francisco de Roma importante, também, para o meio espírita. Assim como o foram, para a Humanidade e o Espiritismo, outros Franciscos, o de Assis e o de Uberaba, o Xavier. E que estejamos caminhando para a necessária UNIÃO ENTRE OS ESPÍRITAS, como o Codificador tanto desejou: “Todos aqueles que se dizem espíritas não pensam do mesmo modo sobre todos os pontos, a divisão existe de fato, e é bem mais prejudicial porque pode chegar que não se saiba se, num Espírita, se tem um aliado ou um antagonista. O que faz a força é o universo; ora, uma união franca não poderia existir entre pessoas interessadas, moral e materialmente, a não seguir o mesmo caminho, e que não perseguem o mesmo objetivo. Dez homens sinceramente unidos por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não se entendem. Em semelhante caso, a mistura de objetivos divergentes tira a força de coesão entre aqueles que quereriam andar juntos, absolutamente como um líquido que, se infiltrando em um corpo, é um obstáculo para a agregação das moléculas” (Kardec, cit.)

Sem divisão e inclusivamente, portanto!

Marcelo Henrique

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O Início – Celso de Almeida Afonso

Celso de Almeida Afonso, reconhecido médium brasileiro, que durante mais de três décadas trabalhou no Centro Espírita Aurélio Agostinho, em Uberaba, MG,celso-almeida-afonso-2602 e detentor de mediunidade rara. Desde criança os fenômenos aconteciam em torno dele. Ás vezes, fenômenos de efeitos físicos, surgiam, médium ostensivo conforme definição de Allan Kardec em “O Livro dos Médiuns”.

Em 1978, fomos convidados por Chico Xavier para ir até sua casa mostrar algumas músicas compostas pelo Celso homenageando Maria Dolores entre outros benfeitores espirituais. As músicas do amigo são de elevado valor espiritual. Essas obras hoje estão preservados em CDs cujos direitos autorais foram doados a Editora e Livraria Aurélio Agostinho (ELCEAA).

Mas antes mesmo que mostrássemos as músicas para o Chico, ele começou a flar sobre o trabalho mediúnico que Celso deveria realizar. Naquela época o Celso já tinha começado o trabalho de psicografia, inclusive com o recebimento de algumas cartas espirituais. Mas, o nosso amigo médium relutava em assumir tal tarefa, temia se expor em público.

E o Chico afirmou naquela tarde, que Maria Dolores é quem lhe dava notícias dos trabalhos da nossa Casa Espírita de “Agostinho” e, mais particularmente do Celso.

Naquele dia ouvimos o Chico por uns ciquenta minutos e o Benfeitor enfatizou sobre a árdua tarefa que aguardava o caro irmão médium, e ainda lhe disse:

- Olha, você é quem pediu a Deus essa tarefa. Ou você vai para a mesa assentar na cadeira e psicografar, ou então irá para o pasto dar coices e receber muitos mais. Você é quem sabe!! A decisão é sua.

E após breves momentos de silêncio, o Chico continuou:

- A mediunidade é coisa muito séria e complexa. Vão dizer que você não é normal!! E você queria que fosse?

Novamente o Chico silenciou por alguns instantes e voltou a falar:

- Com o tempo você notará que nas cartas, os detalhes ficarão mais ricos na medida em que os anos vão passando. Quanto mais velho melhor. Eu vou desencarnar quando a mediunidade estiver no melhor ponto.

Foram tantas informações dadas pelo benfeitor, que ao nos retirarmos, de volta à nossa oficina, não podíamos conter nossa euforia. Nunca tínhamos recebido tanto. Colhemos ensinamentos para toda a nossa existência.

E, na próxima sexta feira, em nossas tarefas doutrinárias, lá estava o médium Celso no seu posto de trabalho. Atendeu a recomendação do Chico. Psicografou seis cartas dos familiares do Além, trazendo esclarecimentos e, sobretudo, consolo aos entes queridos presentes na reunião. Para finalizar, a Benfeitora Maria Dolores grafou expressiva mensagem doutrinária.

Acreditamos, dessa forma, com o relato acima, ter dado uma idéai de como começou o trabalho mediúnico do amigo e médium Celso de Almeida Afonso.

Uberaba, MG, 07/03/2013. Texto que constará brevemente, de um livro, ainda sem título, do Centro Espírita Aurélio Agostinho, em homenagem ao querido médium Celso de Almeida Afonso.

Colaboração: Cézar Carneiro

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Campanha do brinquedo Vovó Flozina Luiza

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 Meus irmãos, estamos solicitando a todos que puderem contribuir, doações além de brinquedos, também de KITS DE HIGIENE BUCAL (pasta de dente e escova) para que sejam distribuídos juntamente com os brinquedos de nossa humilde "Campanha do Brinquedo Vovó Flozina Luiza".

Necessitamos de no mínimo 600 kits. Aqueles que puderem e quiserem doar, por favor entrem em contato pelo e-mail: jornal.espirita@hotmail.com

Se você conhece alguém que é dentista, comunique-o, nos auxiliem na arrecadação destes kits e na divulgação de mais um ato de solidariedade.

FAÇA UMA CRIANÇA FELIZ E SORRIDENTE!!!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

CHICO XAVIER – HOMENAGEM

imagesEm 4 de abril de 1937, Emmanuel enviava pela psicografia do Chico, uma mensagem, escrita de trás para frente, no idioma inglês, podendo ler lida apenas no espelho, e assim traduzida:

“Meus prezados e nobres amigos da Doutrina da Fraternidade!

Boa saúde e paz em Deus, nosso Pai!

Aprendamos a viver sob a lei do amor, pelos ensinamentos de Jesus Cristo!

Fora deste mister, o mundo terreno retrata apenas o combate e o cálculo da soberba, proveniente da cegueira da estreita ciência dos homens.

Vosso irmão. Emmanuel”

Missionários somos todos nós ao adentrarmos a esta escola abençoada que é a Terra. Contudo, freqüentemente, postergamos, falhamos, falimos e não chegamos, por vezes, a iniciar o cumprimento damissão combinada nos outros planos, quando do processo da aplicação da Lei Reencarnatória.

Chico Xavier, este sim, homem ternura, homem amor, partiu triunfante, dia 30 de junho de 2002, de volta à Casa Eterna, com o seu dever plenamente cumprido, após ter vivido entre nós 92 anos de imensos sacrifícios e de sofrimentos profundos, sem nunca proferir palavras de revolta ou desespero.

Soube sair de cena, envolto de paz e luz, num dia em que a alegria imperava junto ao povo deste querido Brasil.

Muito felizes foram os redatores do jornal Mundo Espírita, editado na ocasião pela Federação Espírita do Paraná, quando destacaram em sua edição de julho, a seguinte manchete;

SAÍDA ESTRATÉGICA – Desencarna Chico Xavier

Chico Xavier, consagrado médium espírita que tanto contribuiu para a divulgação do Espiritismo na Pátria do Cruzeiro e no Mundo, sai de cena num momento em que o Brasil inteiro vibra de felicidade pela conquista da Copa do Mundo. Enquanto o povo comemora a vitória como penta campeão, o velho Chico se despede do corpo físico, em silêncio, deixando rastros de luz numa caminhada de mais de 90 anos.

O coração do Chico, que sofreu junto aos corações de muitos brasileiros, parou de bater por volta das vinte horas de Domingo, 30 de junho, em sua casa, na cidade de Uberaba, Minas Gerais. O corpo do médium foi velado na Casa Espírita da Prece, em Uberaba, local onde sempre atendeu a todos aqueles que o buscavam.

Chico trouxe às nossas mãos, durante várias gerações, o recado abençoado de centenas de Mensageiros Espirituais, de espíritos de escol, inteligências voltadas para as mais diferentes linhas de atuação, quando encarnados, onde prevalece as tintas das cores que representam o amor, a fraternidade, a tolerância, a mansuetude e a caridade.

A Bíblia, possui 73 livros na versão católica e um pouco menos, nas versões evangélicas. Levou 14 séculos, 1400 anos para ser escrita. Chico, adotando os princípios do trabalho intenso e da disciplina, passou-nos 416 livros, alguns extensos como é o caso de Paulo e Estevão, Há 2 mil anos, Parnaso de Além-Túmulo e Fonte Viva, todos com mais de 400 páginas, além de milhares de mensagens avulsas; milhares de receitas homeopáticas dadas pelo Médico dos Pobres, Dr. Bezerra de Menezes; milhares de mensagens dirigidas a pais, mães, esposas, filhos, noivas e noivos, parentes e amigos, daqueles que partiram para o além, de uma forma ou de outra, pela doença ou pelo acidente fortuito.

O mandato mediúnico do Chico pode ser comparado ao da médium Dona Ambrosina, citada no livro “Nos Domínios da Mediunidade”, de André Luiz, psicografado em 1955, na parte que diz:

“Ambrosina, há mais de vinte anos sucessivos, procura oferecer à mediunidade cristã o que possui de melhor na existência. Por amor ao ideal que nos orienta, renunciou às mais singelas alegrias do mundo, inclusive ao conforto mais amplo do santuário doméstico, de vez que atravessou a mocidade trabalhando, sem a consolação do casamento...”

É dessa forma que André Luiz descreve o sacrifício de uma médium sabedora de suas obrigações.

Mas, e o Chico? Foram não vinte anos, mas, sim, setenta e cinco anos, de dedicação total, que seriam completados 8 dias depois de sua desencarnação.

Chico aceitou as três condições recomendadas por Emmanuel para cumprimento dessa nobre missão: disciplina, disciplina e disciplina.

Vamos imaginar o Chico, depois de um dia intenso de trabalho para prover a sua subsistência e a de seus dependentes ter como descanso o novo trabalho, até a madrugada, do recebimento dos livros e mensagens espirituais, em longas folhas de papel, datilografados depois pelo próprio Chico.

Em 1941, quando da transmissão do romance Paulo e Estevão, foram 8 meses de árduo trabalho, feito após o expediente normal na Fazenda Modelo – Ministério da Agricultura, começando às 17:30 horas, num porão das próprias dependências da Fazenda Modelo, tendo o Chico, além dos quadros espirituais que lhe era permitido contemplar pelos seus benfeitores, a companhia constante de um sapo que, na hora certa, entrava e ficava quieto num canto. Só ao termino do livro que esse sapo desapareceu. Meia noite, o Chico era conduzido pela condução da época, uma charrete, até a sua casa, sendo que na manhã seguinte, bem cedo, tinha que estar de volta para o expediente normal, no horário determinado.

Em 1943, ao psicografar o Nosso Lar, livro de André Luiz e que causou grande celeuma quando da sua publicação, o fenômeno dos quadros espirituais mais uma vez se repetiram, tendo o espírito do Chico viajado em companhia de André Luiz e Emmanuel para as regiões suburbanas do local descrito no livro. O Chico explicou: “Esse acontecimento se deu não por merecimento de minha parte, mas para que, em minha ignorância, eu não entravasse o trabalho de André Luiz por meu intermédio, de vez que eu estava sentindo muita perplexidade no início da psicografia do primeiro livro dele.” Foi quando o Chico, entusiasmado com a sua mediunidade, decidiu estudar o fenômeno da psicografia mais profundamente, achando que poderia prestar uma cooperação valiosa aos estudiosos. Um dia, decidido a pôr logo mãos a obra, resolveu consultar o seu guia.

Chico conta: “Perguntei a Emmanuel o que ele pensava. E ele me respondeu: ‘Se a laranjeira quisesse estudar pormenorizadamente o que se passa com ela, na produção de laranjas, com certeza não produziria fruto algum. Não queremos dizer, com isso, que o estudo para assuntos de classificação em mediunidade deva ser desprezado. Desejamos tão-só afirmar que, assim como as laranjeiras contam com pomicultores e botânicos que as definem, assim também os médiuns contam com autoridades humanas que os analisam pelo tipo de serviço que oferecem. Para nós, o que interessa agora é trabalhar.’”

Chico aceitou o conselho e pouco depois, veria a sua psicografia discutida, esmiuçada num tribunal, fato inédito na justiça do mundo ocidental, no caso de Humberto de Campos, acionado que foi pela Viúva Dona Catarina Vergolino de Campos, que teve recusado os seus argumentos do uso abusivo do nome de Humberto de Campos, em julgamento muito discutido na época.

Só o trabalho de psicografia e das reuniões mediúnicas seria incomensurável, mas somava-se a eles a bondade invulgar que demonstrava com todos os irmãozinhos carentes e sofredores que a ele acorriam aos milhares, como sendo a última tábua salvadora. Com a credibilidade conseguida, através dos fatos e dos atos, Chico tinha uma poder muito grande de aglutinação. De todas as partes do Brasil, surgiam pessoas dispostas a auxiliá-lo nesse trabalho redentor. Mesmo assim, do seu pequeno salário, qualquer centavo que sobrasse era destinado à caridade ou à divulgação de mensagens e o envio de cartas consoladoras. A distribuição era feita, muitas vezes, à noite, mediante a visita do Chico, com um punhado de voluntários, as mais humildes choupanas, onde era dado o passe, a oração comovente e a lição do Evangelho Segundo o Espiritismo, sempre bem-vinda e consoladora. Em todos esses locais era hábito ser servido um cafezinho para os visitantes, já sabedores que o café e o açúcar havia sido, anteriormente, providenciados pelo Chico.

Pedro Leopoldo foi para o Chico o que Nazaré representou para Jesus Cristo. Com a saúde combalida e cercado de problemas familiares, a conselho do seu mentor, Emmanuel, atendeu aos pedidos dos amigos que houvera feito em Uberaba, em especial do Waldo Vieira, com quem vinha psicografando livros em parceria, apesar da distância, para lá mudou-se, e bem no início de 1959, no dia 5 de janeiro, a Comunhão Espírita Cristã realizava a primeira reunião pública, com a presença do Chico.

A adaptação à nova cidade foi rápida. Foi uma dessas mudanças providenciais e extremamente benéficas ao trabalhado agendado espiritualmente. Continuou amando a Pedro Leopoldo, que o viu nascer e amou, também, a Uberaba que tão bem o acolheu.

Por todos os cantos do nosso extenso País, graças ao exemplo de trabalho que o Chico passava, foram criadas Instituições tendo por modelo as existentes no triângulo mineiro.

Os espíritas paranaenses, de Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Cambé e demais cidades, sempre procuraram, ou para consolo íntimo pela palavra e do benefício mediúnico, através da carta do ente querido desencarnado e da mensagem consoladora ou para cultuar aquela figura única do movimento espírita brasileiro, dirigir-se tanto Pedro Leopoldo como a Uberaba.

Temos registradas algumas pequenas histórias.

O Chico foi sempre admirador de músicas, clássicas e populares. Chopin, Beethoven, Noel Rosa, Roberto Carlos foram seus preferidos.

Querendo agradá-lo, dois jovens dirigentes de uma firma do Paraná, entusiasmados, enviaram-lhe de presente um bonito piano. Ao recebê-lo, Chico, muito alegre, logo providenciou uma professora para as primeiras aulas, mas a sua alegria durou pouco. Emanuel, com dialogo amoroso, perguntou-lhe se teria tempo de aprender piano, quando havia tanta gente que o aguardava, necessitando de sua ajuda espiritual. Alem do mais, havia a programação para a feitura de vasta obra a ser psicografada, o que, ao seu ver, era mais importante.

Alertado, chegou à conclusão de que só lhe restava fechar o belo piano. E assim perdeu o Brasil um futuro pianista daqui e do Além...

Doutra feita, junto a enorme multidão que o aguardava, Chico distinguiu, ao meio dela, um jovem tenente com a esposa e o chamou pelo nome, Tenente Ulissea. O interessante é que o mesmo havia estado com o Chico apenas uma vez, 5 anos antes, numa situação semelhante, enfrentando uma fila interminável. O Otávio Melchiades Ulissea é uma figura humana muita conhecida nos meios espíritas de Curitiba, onde realiza um trabalho maravilhoso na parte doutrinária e da educação.

Em 1960, João Guignone, presidente da Federação Espírita do Paraná, após terminada a sessão que acontecia em Uberaba, entrou na fila para cumprimentar e abraçar o Chico. Porém, qual não foi a sua surpresa, ao chegar-se junto dele, este lhe disse:

“Sabe, quem está ao seu lado, bastante emocionada e querendo abraçá-lo? Sua mãe.”

Feitas as despedidas, João Guignone, ao sair de lá, comentou com um amigo que o acompanhava:

“Veja só: o Chico não está regulando muito bem. Minha mãe está viva em Curitiba...”

Ao chegar ao hotel, recebeu um telefonema interurbano, de Curitiba, anunciando a morte de sua mãe, ocorrida poucos minutos antes...

DADOS PESSOAIS:

Nome: Francisco Cândido Xavier

Data do nascimento: 2 de abril de 1910

Local de nascimento: Pedro Leopoldo – Minas Gerais – Brasil

Filiação:

Pai: João Cândido Xavier – operário inculto (desencarnado em 1960)

Mãe: Maria João de Deus – lavadeira (desencarnada em 1915)

Escolaridade: curso primário (1919 a 1923)

Profissões: caixeiro de armazém; funcionário público (aposentado em 1958)

Missão de vida: mediunidade

Palavras de vida: amor, disciplina e caridade.

Local do desencarne e data: Uberaba – Minas Gerais – 30 de junho de 2002

Da Abrade – Associação Brasileira de Divulgadores Espíritas, recebemos o seguinte trabalho:

Voa, Chico

A morte de Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, certamente o maior médium da modernidade, comoveu o Brasil e o Mundo. Poderíamos alinhá-lo como personalidade espiritual ao lado de Irmã Dulce, da Bahia, e Madre Teresa, de Calcutá – Índia.

É natural a emoção e, até mesmo, a comoção das pessoas. Afinal, sua vida e sua obra de esclarecimento, consolo e atendimento aos socialmente carentes e aos frágeis espiritualmente, durou mais de 70 (setenta) anos, numa vida que pode ser enquadrada como de verdadeiro apostolado, ou ministério espiritual.

Mas, e os espíritas? Como devem encarar o desencarne do maior médium do Brasil?

A Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo (ABRADE) entende que com muita naturalidade. Afinal, o próprio Chico por diversas vezes havia declarado (textualmente e nas entrelinhas) que seu tempo vital estava se esgotando. Que sua permanência entre nós se dava pela misericórdia divina, de permitir-lhe que continuasse – na sua verbe – a purgar erros pretéritos, aprendendo sempre.

Chico não tem herdeiros de seu legado. Não tem sucessores, apesar de se ouvir por aí, que fulano ou beltrano, devem continuar sua obra. Recentemente até, uma das revistas brasileiras semanais trouxe entrevista com uma médium que se auto-afirmava como sucessora do espírita mineiro.

Por um lado, Chico é insubstituível. Como pessoa, como Espírito, porque cada um de nós é uma individualidade, um ser único, dotado de faculdades e potencialidades que são conquistas da caminhada. Humildade, afabilidade, doçura, temperança, fidelidade a Jesus e a Kardec, inteligência e perspicácia, podem ser algumas de suas mais evidentes virtudes, exemplo para todos nós.

Noutra acepção, Chico é substituível. O trabalho de intercâmbio “entre dois mundos” prosseguirá, com o concurso de médiuns já conhecidos e reverenciados e outros mais que surgirão. No trabalho diuturno das instituições e grupos espíritas deste imenso Brasil.

Longe do mito, que santifica e imortaliza personalidades carnais, que diviniza os Espíritos, pela necessidade que temos de idolatrar seres que estão bem adiante de nossa condição particular, fiquemos com a imagem doce do homem Chico: de carne e osso, com dores e decepções, mas perseverante; com dúvidas e incertezas, comuns a Espíritos em marcha, mas estudioso; com medos e angústias, pertinentes à condição humana, mas ousado e empreendedor, com idéias pessoais e manias, decorrentes das imperfeições espirituais, mas sábio e humilde, ao reconhecer nas instruções dos Espíritos, a verdade, fugindo do egoísmo e da vaidade, estas chagas que ainda nos aprisionam ao sofrimento.

Tão meigo e tão sereno, que proclamou desejar voltar ao Mundo dos Espíritos num dia de muita alegria para seu povo, preferindo desaparecer (aos olhos da matéria) pela porta dos fundos, enquanto pela porta da frente, entrariam os homens com os louros da vitória esportiva brasileira.

No outro plano, contudo, Jesus e Emmanuel lá estavam, de braços abertos a recebê-lo, na porta principal. O primeiro, radiante, certamente lhe disse: - Vem Chico, filho amado, desempenhas-te com muito valor teu apostolado. E, em seguida, apontando para o discípulo que lá estava, completou: - Há muito ainda o que fazer, meus filhos. Voa, Chico... O tempo não espera...!

***

Estávamos, naquele dia 30 de junho de 2002, na nossa sala de trabalho, as voltas com a expedição de mais uma edição do Luz do Evangelho, boletim que fundamos em 23 de novembro de 1996, quando, pela Internet, fomos surpreendidos pela notícia do desencarne do Chico. Nossa irmã de fé, Vanice, moradora em Bertioga, litoral de São Paulo, pedia-nos que telefonássemos imediatamente ao médium Sérgio Luiz Ferreira Gonçalves, sobrinho do Chico, morador em Pedro Leopoldo, onde participa do Grupo Espírita Seareiros da Esperança. Prontamente ligamos, mas ao invés de o consolarmos, fomos por ele consolado, uma vez que imensa tristeza e saudade havia tomado conta de nosso coração. Ele se preparava para ir a Uberaba, onde passara grande parte do seu tempo, cuidando, também, do amado Chico, agora para o velório e sepultamento.

Alguns projetos de divulgação da Doutrina nos unem em profunda e harmônica amizade. Há quatro meses atrás, o Sérgio nos havia convidado a ir a Uberaba, almoçar com o Chico. Por vários motivos, não pudemos atender ao convite. Agora, o querido Chico, terá que nos aguardar até o final de nossa jornada terrena, a menos tenhamos a sua presença em trabalhos espirituais ou intuitivamente, como Mentor Espiritual, tão logo se recupere da transição, se esta for a vontade do Pai.

As mensagens-semente, criadas em 1972, foram encampadas por esses amigos fraternos e, no começo de março éramos convocados à tarefa de divulgar a receita caseira do xarope de guaco que conhecíamos desde 1988, pelas mensagens enviadas de Minas Gerais pelo Dr. Bezerra de Menezes, Dr. Leocádio José Correia e Guilhermina Silva. Milhares de mensagens-semente foram confeccionadas, trazendo a receita e distribuídas por todos os cantos do país.

Estamos terminando este nosso apanhado com uma mensagem que Meimei dedicou ao Chico Xavier:

HOMEM TERNURA

Encontro-me na condição de uma humilde camponesa buscando descobrir, no imenso jardim de minhas experiências, a forma ideal de traduzir o meu sentimento.

Sentimento de amor e gratidão eternos.

Ao homem ternura,

à flor oculta no jardim

emoldurado de heras verdinhas.

Essa flor, consigo reverenciar com alegria de humilde irmã, ainda envolvida no aprendizado das Leis.

Chico, nosso irmão, nosso pai, nosso mestre.

Seguidor da Verdade.

Vivenciador da mensagem.

Consolador dos aflitos.

Humilde aldeão do bem, que transfere às folhas brancas do papel a imagem do Amor como o lastro de um tesouro oculto

desvendando o sentimento

plasmando a esperança.

Na humildade, ensina com respeito que a dor, na Terra, é conquista do viajor que ainda não cedeu ao seu percalço.

No amor, convida o homem à meditação e a reflexão possíveis para frear os passos e analisar o sucesso da própria vida.

Teus ensinamentos, Irmão, condizem com a certeza da

Verdade Eterna do Senhor.

Teus exemplos são as marcas vivas para a alma redobrar a vigilância e persistir mesmo com dor intensa ou no labor.

Tu és luz, flor que desabrocha nas heras.

Tu és amor, sol que ilumina a primavera do ser que até agora não compreendeu.

O Homem-Amor de Uberaba é jóia rara. Não é fruto da empreitada de uma reencarnação, apenas.

Ele é o amor do Pai

descendo de outros planos

para chamar a todos, que, no engano, não compreendem o sinônimo a exemplificar

a renúncia do homem

o fortalecimento do gesto

a palavra emotiva

a união conclamando as almas queridas

A fim de que fique a mensagem pelos seus gestos.

A meu irmão, devotado amigo, a gratidão.

Que Deus abençoe ao nosso Chico Xavier que, quando aqui na Terra, tanto bem nos proporcionou e tanto consolo nos trouxe.

Aguinaldo

Luz do Evangelho

O Médium Sérgio Luiz Ferreira Gonçalves, sobrinho do Chico, morador em Pedro Leopoldo, onde participa do Grupo Espírita Seareiros da Esperança. Quem souber do seu paradeiro, favor informar, com urgência, já que não possuímos o seu endereço atual.

Luz do Evangelho - respeitosa é a nossa saudade do irmão Chico Xavier que, há 11  anos, nesta mesma data, 30 de junho,  retornou à Casa Eterna. Elevemos a Deus uma prece mostrando todo o nosso agradecimento por termos tido, por longo tempo, a sua presença amorável em nossas existências.

domingo, 30 de junho de 2013

30/06/2002 - Desencarna o médium espírita Francisco Cândido Xavier

Chico_CafuCom 92 anos desta vida terrena, em que desenvolveu importante atividade mediúnica e filantrópica, e após grave pneumonia sofrida durante o ano de 2001, de que se recuperarava, desencarnou  no dia 30 de junho de 2002 em Uberaba, onde residia, no início da noite (19:30h). A causa do desencarne foi uma parada cardíaca, tendo sido atendido pelo médico Eurípedes Tahan Vieira. A USE manifestou, mais uma vez, a esse companheiro valoroso, nosso abraço fraternal.

Desde a infância, Francisco Cândido Xavier via e ouvia os espíritos, em especial o que fora sua mãe (era já orfão), o que o levou, na juventude, rumo ao espiritismo. A partir de 1932, Chico Xavier deu início a uma intensa atividade mediúnica.

Espíritos como Emmanuel, André Luiz e, mesmo, autores consagrados já desencarnados, como aqueles responsáveis pelos poemas do "Parnaso de Além-Túmulo" (Olavo Bilac e Castro Alves, entre outros), sua primeira obra psicografada, o acompanharam ao longo desses anos de produtivo trabalho.
Ao longo de quase 75 anos (que se completariam neste mês de Julho/2002), Chico Xavier foi intermediário (psicógrafo) de mais de 400 títulos.

Para o velório de Chico Xavier, que foi feito no Centro Espírita Casa da Prece, estavam sendo esperadas, além de representantes do movimento espírita brasileiro, autoridades, artistas e pessoas de todas as partes do País. A Polícia Militar de Minas Gerais estimava que pelo menos 200 mil pessoas passassem pelo velório. O então presidente da USE, Attílio Campanini, foi representando o movimento espírita paulista.

Várias ruas da vizinhança do Centro Espírita Casa da Prece foram interditadas ao tráfego de veículos. Um batalhão com mais de 100 policiais cuidaram da segurança e organização do velório. O sepultamento foi feito no Cemitério São João Batista, em Uberaba, amanhã, dia 02 de Julho, às 17:00h.

INFÂNCIA

Francisco Cândido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo (MG), no dia 2 de abril de 1910.ChicoXavier3
Filho de operário inculto e de humilde lavadeira, ficou órfão de mãe aos cinco anos de idade.
Seu pai se viu obrigado a entregar alguns dos seus nove filhos aos cuidados de pessoas amigas e Chico Xavier ficou com sua madrinha, mulher nervosa que o maltratava cruelmente.
Nos seus momentos de angústia, um anjo de Deus, que fora sua mãe na Terra, o assistia, quando, desarvorado, orava nos fundos do quintal: "Tenha paciência, meu filho! Você precisa crescer mais forte para o trabalho.
E quem não sofre não aprende a lutar".
O menino aprendeu a apanhar calado, sem chorar.
Diariamente, à tarde, com vergões na pele e o sangue a correr-lhe em delgados filetes pelo ventre, ele, de olhos enxutos e brilhantes, se dirigia para o quintal, a fim de reencontrar a mãezinha querida, vendo-a e ouvindo-a, depois da oração.
Algum tempo depois, terminou seu martírio.
Seu pai casou-se novamente e sua madrasta, alma boa e caridosa, o recolheu carinhosamente, a ele e a todos os irmãos que estavam espalhados.
A situação era difícil.
A guerra acabara e graçava a gripe espanhola.
O salário do chefe da família dava escassamente para o necessário e os meninos precisavam estudar.
Foi então que a boa madrasta teve uma idéia: plantar uma horta e vender os legumes.
Em algumas semanas, o menino já estava na rua com o cesto de verduras. Desta forma, conseguiram encher o cofre e voltar a frequentar as aulas.

Em janeiro de 1919 Chico Xavier começou o ABC.
Com a saída do chefe da casa para o trabalho e das crianças para a escola, a madrasta era obrigada, algumas vezes, a deixar a casa a sós, pois precisava buscar lenha à distância.
Foi então que surgiu um problema: a vizinha, se aproveitando da ausência de todos, passou a colher a verduras e, sem verduras, não haveria dinheiro para as despesas da escola.
Preocupada, a madrasta, não querendo ofender a amiga, pediu a Chico Xavier que, pedisse um conselho ao espírito de sua mãe.
À tardinha, o menino foi ao quintal e rezou como fazia sempre que queria conversar com sua mãe e lhe contou o problema. Sua mãe lhe disse que realmente não deviam brigar com os vizinhos e lhe deu uma sugestão: toda vez que sua madrasta se ausentasse, que desse a chave de casa à vizinha, para que ela tomasse conta da casa.
Dessa forma, a vizinha, responsável pela casa, não tocou mais nas hortaliças.
Passados todos esses problemas, o menino não viu sua genitora com tanta frequência. Mas passou a ter sonhos.
À noite, levantava-se agitado e conversava com locutores invisíveis. De manhã, contava as peripécias de pessoas mortas, coisas que ninguém podia compreender!
O pai resolveu levá-lo ao vigário de Matozinhos, que, após ouvi-lo, recomendou que o garoto não lesse mais jornais, revistas, livros.
Disse-lhe que ninguém volta a conversar depois da morte e que era o demônio que lhe estava perturbando.
O menino chorava nos braços de sua madrasta, criatura piedosa e compreensiva.
Ao conversar com sua mãe, triste por não ser compreendido por ninguém, escutou dela que precisava modificar seus pensamentos, que não deveria ser uma criança indisciplinada, para não ganhar antipatia dos outros.
Deveria aprender a se calar e que, quando se lembrasse de alguma lição ou experiência recebidas em sonho, que ficasse em silêncio. Precisava aprender a obediência para que Deus, um dia, lhe concedesse a confiança dos outros.
E durante 7 anos consecutivos, de 1920 a 1927, ele não teve mais qualquer contato com sua mãe. Integrado na comunidade católica, obedecia às obrigações que lhe eram indicadas pela Igreja. Confessava-se, comungava, comparecia pontualmente à missa e acompanhava as procissões.

Em 1923 terminou o curso primário, no Grupo.
Levantava-se às seis da manhã para começar, às sete, as terefas escolares e entrando para o serviço da fábrica às três da tarde, para sair às onze da noite.
Em 1925 deixou a fábrica, empregando-se na venda do Sr. José Felizardo Sobrinho, onde o trabalho ia das seis e meia da manhã às oito da noite.
As perturbações noturnas continuaram.
Depois de dormir, caía em transe profundo.
Em 1927 uma de suas irmãs caiu doente.
Um casal de espíritas, reunido com familiares da doente, realizaram a primeira sessão espírita que teve lugar na casa.
Na mesa, dois livros: "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e o "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec.
Pela mediunidade de D. Carmem, sua mãe manifestou-se: "Meu filho, eis que nos achamos juntos novamente. Os livros à nossa frente são dois tesouros de luz. Estude-os, cumpra com seus deveres e, em breve, a bondade divina nos permitirá mostrar a você seus novos caminhos. "
A primeira e única professora de Chico que descobriu sua mediunidade psicográfica foi D. Rosália. Fazia passeios campestres com os alunos que deveriam, no dia seguinte, levar-lhe uma composição, descrevendo o passeio. A de Chico tirava sempre o primeiro lugar.
Desconfiada, D. Rosália, um dia, fez o passeio mais cedo e, na volta, pediu que os alunos fizessem a composição em sua presença. Chico, novamente, tira o primeiro lugar, escrevendo uma verdadeira página literária sobre o amanhecer e daí tirando conclusões evangélicas.
Rosália mostrou aos amigos íntimos a composição e todos foram unânimes em reconhecer que aquilo, se não fora copiado, era então dos espíritos.

ATIVIDADES MEDIÚNICOS EM PEDRO LEOPOLDO

Ao entrar para o funcionalismo público, como datilógrafo, na Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, começa a demonstrar sua admiração pela natureza. Distante 6 quilômetros da cidade, em contato com a natureza, ama até as pedras e os montes pensativos.
Vê em tudo poesia e oração, trata as árvores como irmãs e compreende como poucos a alma do grande todo. Vê em tudo poesia e vida, verdade e luz, beleza e amor e, acima de tudo, a presença de Deus!

Em maio de 1927 foi realizada a primeira sessão espírita no lar dos Xavier, em Pedro Leopoldo.
Em junho do mesmo ano foi cogitada a fundação de um núcleo doutrinário.
Em fins de 1927 o Centro Espírita Luiz Gonzaga, sediado na residência de José Cândido Xavier, que se fez presidente da instituição, estava bem frequentado. As reuniões se realizavam às segundas e sextas-feiras.
A nova sede do Grupo Espírita Luiz Gonzaga foi construída no local onde se erguia, antigamente, a casa de Maria João de Deus, genitora de Chico Xavier.
Em 8 de julho de 1927, Chico Xavier fez a primeira atuação do serviço mediúnico, em público.
Seu primeiro livro psicografado foi publicado em 1931.
Em 1931, Chico passou a receber as primeiras poesias de "Parnaso de Além -Túmulo", que foi lançado em julho de 1932.
Em 1950, Chico Xavier havia recebido, pela sua psicografia, mais de 50 ótimos livros.
Vivia no apogeu de triunfos mediúnicos.
Estava conhecidíssimo no Brasil e no mundo inteiro.
O Parnaso de Além Túmulo, por si só, valia pelo mais legítimo dos documentos, validando-lhe o instrumental mediúnico, o mais completo e seguro que o Espiritismo tem tido para lhe revelar as verdades, inclusive o intercâmbio das idéias entre os dois Mundos.
Além disso, recebera romances , livros e mais livros, versando assuntos filosóficos, científicos e, sobretudo, realçando o espírito da letra dos Evangelhos, escrevendo e traduzindo, de forma clara e precisa, as Lições consoladoras e imortais do Livro da Vida.

tunulo_chico_02ATIVIDADES MEDIÚNICAS EM UBERABA

Em 5 de janeiro de 1959 mudou-se para Uberaba, sob a orientação dos Benfeitores Espirituais, iniciando nessa mesma data, as atividades mediúnicas, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã.
Deu ele, então, início à famosa perigrinação. Aos sábados, saindo da "Comunhão Espírita-Cristã", o bondoso médium visitava alguns lares carentes, levando-lhes a alegria de sua presença amiga, acompanhado por grande número de pessoas afinizadas. Sob a luz das estrelas e de um lampião que seguia à frente, iluminando as escuras ruas da periferia, ia contando fatos de grande beleza espiritual.
A cidade de Uberaba, desde a sua vinda para cá, transformou-se num pólo de atração de inúmeros visitantes das mais variadas regiões do Brasil, e até mesmo do exterior, que aqui aportam com o objetivo de conhecer o médium.
Aqueles que conhecem a sua vida e a sua obra não medem distâncias para vê-lo.
Seu trabalho sempre consistiu na divulgação doutrinária e em tarefas assistenciais, aliadas ao evangélico serviço do esclarecimento e reconforto pessoais aos que o procuram.
Os direitos autorais de seus livros publicados, em torno de 340, são cedidos, gratuitamente, às editoras espíritas ou a quaisquer outras entidades. Quanto à fortuna material, ele continua tão pobre quanto era. Chico é um homem aposentado e recebe somente os proventos de sua aposentadoria. Do ponto de vista espiritual, Chico Xavier é, a cada dia que passa, um homem mais rico: multiplicou os talentos que o Senhor lhe confiou, através de seu trabalho, de sua perseverança e da sua humildade em serviço. Com a saúde debilitada, Chico Xavier vem confirmando, nos últimos tempos, a sua condição de um autêntico missionário do Cristo, pois impossibilitado de comparecer às reuniões do Grupo Espírita da Prece, ele tem reunido as forças que lhe restam para continuar, em casa, a tarefa da psicografia. E, embora debilitado, continua de ânimo firme e a alma com grande capacidade de trabalho.
Chico Xavier ama a tarefa que o Senhor lhe concedeu.

Homenagem necessária

O “papa” do espiritismo morreu num dia em que o Brasil só queria festejar. Por razões para lá de compreensíveis, a conquista do Penta ofuscou reflexões sobre o que Chico Xavier significou para um País de 2,34 milhões de espíritas declarados e de 20 milhões de simpatizantes da religião. Na data do sepultamento do médium em Uberaba (MG), também foi o dia em que os brasileiros vibraram com as cambalhotas de Vampeta no Palácio do Planalto e que multidões se aglomeraram em Brasília e no Rio para ver a seleção passar. CHICO - ADEUS

Na cidade mineira (Uberaba) de 251 mil habitantes,  aconteceu o oposto do que se viu no resto do País. O pentacampeonato foi ofuscado pelo adeus ao senhor dos espíritos.