domingo, 25 de março de 2012

Campanha do Quilo – Como fazer e suas curiosidades

campanhaquilo_corA campanha do quilo como uma atividade cristã-espírita teve início nos idos de 1952, no Centro Espírita Oriente, hoje conhecido como Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla.

Existe a informação de que a Sociedade Espírita Nina Aroeira já realizava essa atividade desde 1949, sob a direção e entusiasmo de um valoroso espírita mineiro, o irmão Machado, e com o nome de Caravana de Alegria Cristã.

Presume-se que tais trabalhos duraram pouco tempo, e infelizmente não foi possível acessar outros registros sobre o assunto.

As cestas básicas são compostas por alimentos conseguidos através do trabalho permanente de voluntários da campanha do quilo. O tarefeiro da campanha do quilo é chamado Campanheiro. Ele sai para a tarefa com a sacola de pano que tem a identificação da instituição. Também é preciso o uso do crachá contendo os dados da casa espírita e o nome do campanheiro, como forma de sua apresentação diante dos lares visitados.

Os campanheiros abordam os moradores dos lares visitados sempre em dupla ou trio, de forma breve e serena. Após o recebimento das doações, distribuem uma singela mensagem de conteúdo cristão que, ao mesmo tempo, guarda o respeito indispensável à opinião e crença dos outros.

É necessário um mapeamento prévio dos bairros e ruas a serem visitados. A gentileza, a fineza de trato e a discrição no contato com o morador é fundamental para a primeira impressão.

Após encerrar a tarefa, os campanheiros voltam à Fraternidade com os produtos arrecadados e encontram uma equipe para recebê-los. As doações são enviadas para o bazar na Fundação, na segunda-feira pela manhã. Lá é feita a seleção de roupas, sapatos e outros objetos. Toda sexta-feira vêm 50 peças de roupas para serem distribuídas na FEIG.(Fraternidade Espírita Irmão Glacus- BH-MG).

Para ser um campanheiro é preciso ter disciplina com os horários para o início e o fim da atividade. Aos sábados, a campanha começa às 08h30, terminando às 11 horas, e às 14h30, com término às 17 horas. Domingo também tem campanha, das 08h30 às 11 horas.

Generalidades

A campanha do quilo constitui uma das atividades mais nobres realizadas pelos espíritas. Existem notícias  de tal atividade desde os primórdios da segunda metade do século passado, o que significou uma verdadeira  revolução e mudanças de costumes, já que o centro espírita era tradicionalmente fechado em si mesmo, e as ações externas, além de restritas, sofriam um julgamento equivocado do público em geral.

Com uma certa timidez, algumas casas espíritas, naquela época, realizavam visitas a enfermos com

aplicação do passe de magnetismo humano-espiritual e, como os resultados fossem auspiciosos, houve um encorajamento dos espíritas para a vivência dos ensinos do Cristo, corroborados por Allan Kardec: A fé sem obras é morta; fora da caridade não há salvação!

Hoje um universo de mais de cem casas realiza a campanha com regularidade, aos sábados ou domingos, exatamente pela facilidade de arregimentar tarefeiros ou voluntários tanto como pela possibilidade de  encontrar os moradores em seus respectivos lares.

Essa é das tarefas primeiras a se recomendar ao incipiente espírita! Tão logo o freqüentador se identifique  com a Casa e alcance relativo padrão de harmonia interior, desde que manifeste desejo e se disponha a  atender as normas explicitadas, estará apto a participar de tão sublimada atividade espiritualizante. Não se  exige desse tarefeiro profundos conhecimentos doutrinários e evangélicos, nem tampouco atestado de bons antecedentes morais, até porque a maioria de nós está à semelhança do filho pródigo, isto é, o Senhor da Vida nos dignifica com oportunidades de reparação dos nossos equívocos pretéritos e construção de um futuro mais feliz. O hoje é então a oportunidade inadiável!

A campanha do quilo atende, em simultâneo, duas missões características do centro espírita: a de OFICINA, pelo trabalho assistencial propriamente dito; a de TEMPLO, pela dilatação dos limites físicos da instituição, irradiando-a até os lares visitados.

Como oficina: vários trabalhadores deixam a comodidade dos seus lares, o prazer do divertimento nos

clubes ou dos passeios nos sítios, para carregarem, nas mãos, sacolas ou fardos, deslocando-se para aqui ou

acolá, muitas das vezes em árduas caminhadas, enfrentando situações inesperadas e de perigo; para recolherem de corações generosos a peça de roupa, o remédio, o brinquedo velho, o livro usado, a barra de sabão, o quilo de feijão, o pacote de arroz, o macarrão, a moeda, o sapato e seja lá o que for, até um pedaço de pão.

O CAMPANHEIRO, assim é chamado o tarefeiro da campanha do quilo, retorna alegre e descontraído, sabendo que os produtos arrecadados serão cuidadosa e criteriosamente guardados na despensa, por ele ou outros tarefeiros. As sacolas, análogas às cestas básicas conceituadas popularmente, conterão o indispensável para atender as mínimas necessidades de famílias carentes, previamente cadastradas, e que vivem em estado de exclusão social. Ele se rejubila por ser um instrumento dos Céus para auxiliar os desprovidos do conforto material. Lembra-se ele da afirmação carinhosa do meigo Rabi da Galiléia: "Vinde benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; preso e fostes ver-me. Então perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mateus, 25 de 35 a 40).

Como templo: a partir do momento em que uma ou mais equipes se distribuem para várias regiões da cidade, configura-se aí algo à semelhança de um centro espírita ambulante: levam-se a cada lar visitado as vibrações imanentes e características da própria casa espírita. É o odor de Jesus a espalhar-se, e nem um propósito outro que o desejo de servir toca a alma do campanheiro. Ele está impregnado do sentimento de solidariedade e será instrumento para outros também praticarem a solidariedade! A alegria cristã a vestir sua alma estancará, ainda que momentaneamente, emoções controversas de muitos que receberem o seu cumprimento cordial. Uma casa espírita que se irradia e se dinamiza; é um templo vivo, penetrando a intimidade dos lares onde um coração servidor bate e se apresenta!

Aspectos Morais

Essa tarefa tão meritória do ponto de vista espiritual enseja conquistas morais de alta relevância, nem sempre registradas pela nossa percepção vulgar. Alguns sensos são desenvolvidos no tarefeiro em causa, principalmente os da humildade, da solidariedade, do respeito e da benevolência. Este servidor do Bem é também agente de transformação de muitas criaturas conclamadas a doar, aguardando estas somente uma oportunidade, um aviso, um empurrão para darem novos rumos a sua trajetória existencial, sendo preciso, pois, ao companheiro levar as marcas do Cristo para o interior de cada lar visitado. Aquele cujo coração irá ser sensibilizado, quando da visita da campanha do quilo, internaliza no seu imo o embrião de futuras aquisições, todas nascentes do gesto da caridade induzida! Poderão despertar nele o desejo do gesto futuro de caridade espontânea; da reflexão quanto a sua relação com o semelhante; da busca de novos roteiros para dar nova motivação e alegria a sua vida; da revisão da própria conduta no meio familiar, buscando o verdadeiro significado da existência terrestre. Exemplifiquemos com alguns dentre inúmeros casos registrados nessa tarefa:

1º Caso: O irmão presidente

Residíamos, nos primórdios da década de setenta, na cidade de Teófilo Otoni, onde freqüentávamos o Grupo  da Fraternidade Joseph Gleber. Como éramos egressos de movimento juvenil espírita, colaboramos para que se fundasse naquela instituição a Mocidade Espírita. Depois de algum tempo, sugerimos a criação da tarefa da campanha do quilo. A diretoria da casa aprovou, e seu presidente, o irmão P., com muito entusiasmo, incentivou para que imediatamente iniciássemos tão nobilitante atividade.

Externamos convite ao irmão P. para participar conosco, e isso tinha um aspecto motivador; no entanto ele, habilmente, se esquivou alegando compromissos familiares ou justificando ser a tarefa mais apropriada aos mais moços. O nosso querido presidente era pessoa culta, de prestígio e muito conhecido na sociedade.

Diante da nossa insistência fraterna, ele acabou cedendo e esclareceu que, no final de semana seguinte, iria conosco, mais para conhecer a tarefa, conviver conosco e servir de motorista transportando campanheiros e produtos arrecadados. Ficamos deveras satisfeitos, e tudo transcorreu conforme combinado.

Observamos que o irmão P. ficava no veículo ou nas suas proximidades, algo tímido, até que numa rua de moradias ricas surgiu, do belo jardim de uma casa, o proprietário para nos atender. O cavalheiro, logo após os cumprimentos, teve sua atenção desviada e de repente gesticulou e, em alta voz, chamou: P.! Oi, P.! E se dirigiu ao nosso irmão presidente.

- Você, por aqui! Que boa surpresa. Há muito tempo não nos víamos!

- É verdade, respondeu o nosso irmão, com certo constrangimento.

- Que bons ventos o trazem à porta de minha casa? Venha, vamos entrar.

- Não posso, fica para outro dia.

- Como assim, meu amigo? Você não vai me fazer essa desfeita!

- Mas...Eu... estou com eles!...

- Se são seus amigos, serão meus também. Entremos todos; vamos conversar e tomar um cafezinho.

Atendendo a um dever cristão, aproximei-me e envolvi-me no diálogo:

- Que bom conhecer um amigo do querido irmão P. Ele tem razão, hoje não nos é possível entrar na sua casa para uma conversa agradável e mais demorada. Estamos fazendo a campanha do quilo.

- O que é isto? O que é uma campanha do quilo?- É uma atividade que realizamos aos domingos por conta do Grupo da Fraternidade Joseph Gleber.

Deslocamo-nos para bairros diversos e batemos à porta de corações generosos, para que nos ajudem a ajudar. Tudo para nós é de utilidade, seja lá uma roupa antiga, brinquedos usados, gêneros alimentícios, moedas ou o que for. Do arrecadado, preparamos sacolas para serem distribuídas para famílias muito pobres e em estado de miséria social.

- Amigo P., você participa de tudo isso?

- Sim, junto com eles, os meus amigos.

- Parabéns! Eu sabia que você é espírita, porém ignorava que esta religião fosse capaz de tanta expressão de generosidade.

- Quero ainda conhecer os trabalhos de vocês com mais detalhes.

O irmão P. foi até ao alpendre e ficou a aguardar o retorno do amigo. Depois o vimos sorridente segurar, nos dois braços, um pesado fardo de arroz e caminhar principescamente até o jipe. Daí em diante, ele quase sempre se encarregou dos contatos iniciais com os irmãos em humanidade, convidados a encher as sacolas da campanha do quilo.

2º Caso: A ação policial

A equipe nº treze da campanha do quilo, do Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla, deslocava-se por ruas do bairro São Pedro, na região de Venda Nova, quando dois soldados, que estavam num bar-mercearia, indagaram o que aquela equipe fazia ali e qual o conteúdo das sacolas transportadas.

O irmão Moacir educadamente esclareceu. O soldado em seguida questionou:

- Como vocês podem comprovar a veracidade de tudo isso?

Perfeitamente, e o Moacir logo apresentou uma sacola com caracteres imprimidos, além de uma mensagem psicografada que continha os dados principais do Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla.

- Isso nada comprova, respondeu asperamente um dos policiais, determinando que os dois campanheiros penetrassem na viatura policial.

Nesse momento, chega o Almir Lima acompanhado de um irmão que, pela vez primeira, realizava a campanha do quilo.

Surpreso perguntou:

- O que se passa? Por que estão nesse veículo? Quem é você? Por que tem também essa sacola na mão?

- Eu sou o Almir e tenho a responsabilidade de coordenar a equipe treze da campanha do quilo!

- Ah, é?! Você também faz essa tal de campanha, não é?

- Sim, e com muita alegria no coração.

- Venham cá, você e seu amigo, e entrem no camburão também. Eu sei que campanha é essa!...

Nisso o irmão que acompanhava o Almir, com muita calma, entra no diálogo:

- Meu amigo, posso até ir com você, mas não aí. Tem de ser num carro especial.

- Como assim? Não brinque conosco, as coisas podem complicar para o seu lado!

Sem pressa, ele retirou do bolso sua carteira de Coronel da Polícia Militar e apresentou. Ato contínuo, os homens da lei fizeram-lhe continência e pediram-lhe mil desculpas.

O campanheiro poderia ter tomado várias atitudes, algumas até com prejuízos graves para os policiais, no entanto, somente asseverou: "sigam seus caminhos e procurem, doravante, ser justos e retos no exercício de uma profissão tão importante para a sociedade" (fato relembrado pela irmã Deliz Nogueira S. Fonseca).

3º Caso: A Testemunha de Jeová

Estava a relembrar com o Jarbas Egídio Martins alguns casos ocorridos na tarefa da campanha do quilo, da qual ele participa há trinta e nove anos. Escolhemos um para relatar e ele disse: Alan, logo esse tão negativo? Expliquei-lhe que o negativo muitas das vezes instrui, servindo de preciosa lição para o futuro.

Contou ele que a equipe dezessete realizava a campanha, no bairro União, há cerca de trinta anos atrás. O irmão M. bateu palmas e um senhor de meia-idade apareceu no alpendre, ligeiramente desnivelado em relação ao piso do passeio público, e travou com ele o seguinte diálogo:

- Bom dia, meu irmão. Estamos pedindo algo a favor de criaturas pobres.

- Bom dia, de onde vocês são?

- Fazemos a campanha do quilo e somos do Centro Espírita Oriente.

- Espíritas? Sai de mim, Satanás!

- Não somos criaturas malignas. Somos do bem.

- Os espíritas têm pacto com as trevas.

- Nós também somos filhos de Deus!

- Vocês são filhos do Diabo!

- Você está sendo tão cruel conosco. Qual é a sua religião?

- Sou Testemunha de Jeová e acredito no poder de Jesus.

- Nós espíritas também.

- Vocês evocam os mortos e Moisés condenou essa prática. Vocês são mestres em bruxarias, adivinhações e sortilégios.

- O irmão está muito enganado. Jesus enalteceu a mediunidade utilizada para o bem. Paulo, o apóstolo, também.

- Saiam já da minha casa.

- O senhor é atrevido. Nós nem penetramos na sua casa, e o senhor está nos expulsando?

- Estou, sim. Não quero mais discutir e estou perdendo a paciência.

- Pelo que vejo, o senhor não tem argumentos. Não temos como chegar a um acordo.O seu desrespeito foi enorme.

- Espere só, que volto já!

- Venha até aqui que resolveremos nossas diferenças no braço.

Nisso, o Jarbas tomou o irmão M. pelo braço, concitou-o ao silêncio e a que pensasse em Deus. Dirigiu-se logo a seguir ao evangélico e disse-lhe:

- Peço-lhe perdão, não tínhamos o direito de ofendê-lo. Jesus ampare o seu coração. Fique em paz.

Jarbas conta que o fato foi uma lição inesquecível e, a partir de então, os campanheiros ficaram mais vigilantes com a palavra, não olvidando que, para atingir os objetivos da tarefa, importa até sofrer humilhações, se for da vontade do Criador.

secretaria-da-educacao-adere-a-campanha-do-quilo-mutirao-para-recolher-doacoes-sera-no-dia-211257334756Aspectos Espirituais

Tão importante quanto ofertar o mantimento ao corpo físico do irmão que sofre é levar uma parcela de luz a tantos lares que jazem em trevas profundas, onde muitos são ricos de moedas, mas pobres de paz. Esse é um quadro muito comum aqui na Terra. A paisagem exterior, retratando beleza e conforto, nem sempre reflete os sentimentos íntimos das criaturas albergadas nas moradias terrestres. É comum, mesmo diante da abastança, depararmos com lares tristes e almas angustiadas, depauperadas vivendo dramas e padecimentos morais inimagináveis ao observador comum. Acresce-se a isso a dissonância entre os seus membros e situações de maior ou menor gravidade no campo das doenças obsessivas.São incontáveis os lares do mundo, vergastados por dor invisível que os recursos terapêuticos da medicina tradicional não consegue debelar. São dores agudas despontando de dramas morais com causa no pensamento infeliz, na palavra insensata e na atitude cruel do ontem.

O tarefeiro da campanha do quilo nem sempre é sabedor da sua missão ao contato com esses infelizes ocultos. Recolher doações nesses domicílios será mero pretexto. A espiritualidade pretende muito mais, e uma multidão de espíritos engrossa a caravana; prepara o ambiente psíquico; cuida da assepsia da trilha por onde se deslocam os servidores do bem e amortece as vibrações contraditórias dos lares a serem visitados!

Ademais, em virtude das emissões vibratórias sublimadas pelo Amor Fraterno de que se reveste o Campanheiro, enquanto é atendido, no mundo material, pelo irmão doador que oferta mantimentos que alimentam corpos desafortunados, muitos irmãos, no mundo espiritual, são resgatados de cada lar visitado, quase sempre em profundo desequilíbrio; outros, que atentos, em todo o trajeto, reconhecendo a sinceridade dos sentimentos e a nobreza da conduta do Campanheiro, pautada pela humildade, compreensão, fraternidade e bondade, abrem seus corações e confiantes na ajuda do plano superior, alimentados de propósitos regeneradores e construtivos, são levados por caravanas do plano invisível, para se tratarem nas inúmeras Casas de Jesus.

O Senhor da Vida protege todos os seus filhos, e é da lei ninguém ficar à margem do progresso.

Mencionamos no início deste trabalho que a campanha do quilo assume o aspecto de uma casa espírita ambulante, isto é, o Centro Espírita vai para as ruas penetrando a intimidade dos lares. Cada campanheiro torna-se um médium dos céus e por ele transitam recursos, na forma de auxílio que sofre ou não registro. É da lei também que todas as criaturas se movimentem em regime de liberdade. O Senhor da Vida não impõe a transformação de ninguém. Ilustremos com alguns dentre tantos casos de auxílio desse jaez:

1º Caso: O pai infeliz

Participamos, há anos, de uma reunião de desobsessão e, precedentemente ao seu início efetivo, realizamos uma tarefa de atendimento fraterno, mais voltada para prováveis irmãos portadores de transtornos, tipo obsessão espiritual. Notamos um cavalheiro algo mais ansioso, aguardando atendimento.

Quando da sua vez e após as saudações iniciais, ele nos confiou que o seu estado era de desesperança. Indaguei-lhe:

- O que foi, meu irmão? Por que a tristeza profunda?

- O meu martírio é imenso. Minha vida perdeu significado, aliás, nem sei bem a razão de minha presença aqui. Já havia decidido exterminar a minha vida.

- Como assim, meu irmão, a vida é um dom precioso e mesmo diante de pungentes dificuldades ela merece ser vivida. Se você quiser, fale do seu drama.

- Ah moço, eu era feliz até descobrir que meu único filho tinha comportamento homossexual, e o meu lar desmoronou. Todos os meus projetos passavam pela felicidade dele. Sim, meu irmão, nós sempre queremos o melhor para os nossos filhos e às vezes até projetamos para eles o que desejaríamos para nós.

- Está certo, porém a humilhação foi imensa e achei como melhor solução expulsá-lo de casa, mas esse procedimento não resolveu o problema. Por isso decidi matar-me.

- Você não fará isso. Deus não quer e para tudo existe solução, mesmo que ela não esteja visível e tão próxima! Você quer receber a ajuda desta casa?

- Claro, diga o que me convém fazer?

Nós lhe explicamos a linha de tratamento, no entanto não refreamos o impulso de lhe fazer uma pergunta:

- Como o irmão veio parar em nossa instituição?

- Ah sim, algumas pessoas bateram à porta do meu apartamento e disseram estar realizando a campanha do quilo. Fiquei atraído pela gentileza de uma senhora de relativa idade, vestida tão simplesmente e ajudando um jovem a carregar uma pesada sacola com os produtos já obtidos em outras casas. Conversando, despertou-me o interesse em conhecer um lugar que torna as pessoas tão boas e desprendidas.

2º Caso: A moça desesperada

A equipe número oito da campanha do quilo do Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla, sob a coordenação do Ernesto, bastante numerosa, atendia a uma vasta região do Barreiro. Numa das casas, veio uma moça de aspecto muito aflitivo, apresentando visível sofrimento interior.

Ernesto, certamente sintonizado com a espiritualidade, indagou:

- Por que uma moça jovial e bonita está tão triste?

- Ah, eu sofro muito; ninguém me compreende e estou muita revoltada com a vida.

- Ainda assim, não vale a pena a tristeza; afugente-a e sua vida estará mudada.

- Olhe, moço, vou-lhe contar algo que pessoa alguma sabe. Já tenho guardado no banheiro da minha casa um frasco de formicida. Vou me matar!

- Você não fará isso. Dar-lhe-ei o endereço do Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla, onde as pessoas recebem consolação. Fique em paz. Estaremos orando por você.

A moça, daqueles tempos, é hoje valorosa servidora do Cristo. Participa como cooperadora de reunião de desobsessão, faz a campanha do quilo e alegra os pacientes dementados do Hospital Raul Soares quando dedilha no violão músicas de grande enlevo espiritual (a irmã Marízia Nascimento ajudou na lembrança deste caso).

QuiloNormas e Procedimentos

Referimo-nos, no início do texto, às normas da instituição a serem observadas tendo em vista o bom êxito da tarefa. Elas devem ser simples, elementares, norteadoras e revestidas do espírito cristão. Destaquemos alguns pontos que se afiguram mais importantes na sua elaboração:

* Necessidade de nomear um coordenador da campanha do quilo tanto como os responsáveis pelas equipes no caso da existência de um número mais significativo de campanheiros;

* Início da atividade com uma leitura evangélica e prece, e conclusão igualmente com uma oração de agradecimento, respeitando-se a impossibilidade do retorno de alguns; Disciplina de horário para o início e fim da atividade;

* Mapeamento prévio dos bairros e ruas a serem visitados, evitando-se a improvisação contraproducente;

* Planejamento do roteiro a ser percorrido a cada semana, elaborado com a devida antecedência;

* Boa articulação com o movimento espírita local, evitando-se o comparecimento de equipes de casas espíritas distintas num mesmo logradouro e no mesmo dia;

* Abordagem aos moradores dos lares visitados sempre com dois ou mais campanheiros, de forma breve, serena e genuinamente cristã;

* Atenção para não haver dispersão entre os membros da equipe, resultando em desgoverno e ausência de unidade, tão essenciais ao sucesso da ação;

* Dimensionamento da equipe de modo a haver um desejável equilíbrio entre elementos masculinos e femininos. Lembrar-se que tal momento não é para namoro;* Exclusão de crianças nesse tipo de ação assistencial, propiciando-lhes, sim e compativelmente, o ensino moral e atividades lúdicas na intimidade da própria casa espírita;

* Ausência de conversações contrárias aos objetivos da tarefa, mantendo ambiente propício a atrair a presença dos bons espíritos;

* Abstinência de bebidas alcoólicas, do fumo e de assemelhados durante todo o período da tarefa, guardando a sintonia indispensável entre os membros do grupo e com os espíritos que assistem na invisibilidade;

* Gentileza, fineza de trato e discrição no contato com o morador. A primeira impressão é fundamental;

* Estado permanente de alegria e cordialidade, mesmo diante dos transeuntes apressados ou zombeteiros;

* Utilização de sacolas ou similares, se possível, com a identificação da instituição, granjeando a simpatia e a confiança daqueles convidados à atitude fraternal;

* Uso de crachá que contenha os dados da casa espírita e o nome do campanheiro, como forma de apresentação do mesmo diante dos lares visitados;

* Distribuição de mensagens de conteúdo evangélico, se possível, porém guardando o respeito indispensável à opinião e crença dos outros;

* Manutenção da serenidade diante da recusa do auxílio solicitado, ou da agressão de qualquer natureza, afastando-se silenciosamente e emitindo pensamentos fraternais. O Mestre nos recomendou evitar as contendas. As polêmicas em situações como essas são geradoras de mal-estar e azedume;

* Aproveitamento do momento adequado para externar convites referentes a visita e conhecimento desta ou daquela tarefa da instituição;

* Procedimento coletivo onde campanheiro algum leva recursos de qualquer natureza, angariados na campanha do quilo, ainda que sob pretexto de assistir alguma família carente;

* Cooperação por parte dos mais jovens transportando as mercadorias e fardos obtidos;

* Educação na abordagem evitando, inclusive, a insistência com a campainha face à demora no atendimento;

Prudência, evitando comentar quadros espirituais percebidos num ou noutro ambiente visitado, susceptíveis de traumatizar ou de criar situações embaraçosas;

* Conversão do campanheiro em trabalhador ativo da casa espírita, participando de reuniões públicas e de estudos evangélicos doutrinários;

* Aplicação dos valores em dinheiro arrecadados com exclusividade na assistência às famílias carentes;

* Formação de equipes ou subequipes não excedendo de dez membros, quando existirem muitos tarefeiros disponíveis.

* Vale considerar que a grandeza da tarefa, muitas das vezes, desperta e estimula os visitados a conhecerem o espiritismo, sem dizer daqueles que se tornaram espíritas, quando um dia, na plena intimidade dos seus lares,foram tocados pelas vibrações harmoniosas dos tarefeiros da campanha do quilo ou campanha do alimento.!

(Fonte:Encontro de Tarefeiros da Campa do Quilo, promoção: ALIANÇA MUNICIPAL ESPÍRITA DE BELO HORIZONTE-MG-A.M.E.BH) - CÉLIO ALLAN KARDEC - Presidente do Conselho Municipal Espírita da A.M.E.-BH, em 07/03/2002)

segunda-feira, 19 de março de 2012

Prossiga!

prossiga     Sim, é um comando expressivo, imperativo, necessário para todos. Tenho usado a expressão no final de minhas palestras, quando a temática permite. Na verdade, falo antes para mim mesmo e partilho com os ouvintes.

     Para superar obstáculos, vencer traumas, manter a vitalidade, abrir caminhos e enxergar além das aparências difíceis, é preciso prosseguir. E sempre acrescento: prossigamos, pois que me incluo.

     Sim, é preciso prosseguir, apesar de tudo. Prosseguir confiando, amando, trabalhando, cheios de esperança e determinação, nunca desistindo da honestidade, do amor, da perseverança e da crença firme na própria capacidade de buscar o melhor.

     Muita gente fica doente porque fica paralisada pelo medo ou pela timidez, pela insegurança ou e até mesmo pelos obstáculos e adversidades naturais, bem próprias de nossa condição humana.

     A vida conspira a nosso favor e até por gratidão a Deus, à vida, por tantas bênçãos, é preciso erguer a cabeça e prosseguir. Desde que estejamos no caminho que não cause prejuízos aos outros, ou lesões a nós mesmos, é preciso prosseguir.

     Duas frases, cuja autoria desconheço e que pude ler numa publicação que não identificou o autor, bem cabem nesse raciocínio:

a) Tudo o que acontece no universo tem uma razão de ser; um objetivo. Nós como seres humanos, temos uma só lição na vida: seguir em frente e ter a certeza de que apesar de as vezes estar no escuro, o sol vai voltar a brilhar;

b) Quando estiverem em uma situação difícil, e sentirem que já não podem mais, não desanimem, e estejam seguros, que ainda que as coisas pareçam muito complicadas, não deixem que frustem seus sonhos e não percam nunca... nunca a esperança, e lembrem-se que quando a noite estiver mais escura, é por que já vai sair o sol;

     O grande detonador dos estados depressivos é dispensar a coragem e a esperança da própria convivência. Tenhamos o hábito de andar de braços dados com tais virtudes. Elas alimentam a alma e fazem superar as dificuldades, ainda que sejam muito expressivas.

     Então, amigo leitor: Prossiga! Prossigamos! Não nos permitamos permanecer abraçados à indiferença, à omissão, à descrença ou à tristeza. Reagir a tais estados é o grande segredo de manter-se saudável e feliz. Como fazer isso? É bem simples: enumere os motivos todos de gratidão que todos detemos conosco.

     A motivação está especialmente nas afirmações do Mestre da Humanidade: Sois Deuses, Sois a luz do mundo, Sois o sal da Terra. Precisamos de algo mais?

Autor: Orson Peter Carrara

sexta-feira, 16 de março de 2012

ALZHEIMER: UMA MOLÉSTIA ESPIRITUAL

Dr. Américo Marques Canhotodoenca-de-alzheimer

Américo Marques Canhoto, médico especialista, casado, pai de quatro filhos, nasceu em Castelo de Mação, Santarém, Portugal.

Médico de família desde 1978. Atualmente, atende em São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto - Estado de São Paulo - Brasil.

Conheceu o Espiritismo em 1988.

Recebia pacientes que se diziam indicados por um médico: Dr. Eduardo Monteiro.

Procurando por este colega de profissão, descobriu que esse "médico" era um espírito, que lhe informou: "Alzheimer acima de tudo é uma moléstia que reflete o isolamento."

Queremos dividir com os leitores um pouco de algumas das observações pessoais a respeito dessa moléstia, fundamentadas em casos de consultório e na vida familiar - dois casos na família.

Além de trazer à discussão o problema da precocidade com que as coisas acontecem no momento atual.

Será que as projeções estatísticas de alguns anos atrás valem para hoje?

Serão confiáveis como sempre foram?

Se tudo está mais precoce, o que impede de doenças com possibilidade de surgirem lá pelos 65 anos de idade apareçam lá pela casa dos 50 ou até menos?

Alerta

É incalculável o número de pessoas de todas as idades ( até crianças ) que já apresentam alterações de memória recente e de déficit de atenção ( primeira fase da doença de Alzheimer ). Lógico que os motivos são o estilo de vida atual, estresse crônico, distúrbios do sono, medicamentos, estimulantes como a cafeína e outros etc.

Mas, quem garante que nosso estilo de vida vai mudar?

Então, quanto tempo o organismo suportará antes de começar a degenerar?

É possível que em breve tenhamos jovens com Alzheimer?

Alguns traços de personalidade das pessoas portadoras de Alzheimer, que em nossa experiência temos observado, algumas características se repetem:

  • Costumam ser muito focadas em si mesmas;
  • Vivem em função das suas necessidades e das pessoas com as quais criam um processo de co-dependência e até de simbiose. A partir do momento que a outra pessoa passa a não querer mais essa dependência ou simbiose, o portador da doença (que ainda pode não ter se manifestado), passa a não ter mais em quem se apoiar e, ao longo do tempo, desenvolve processos de dificuldade com orientação espacial e temporal;
  • Seus objetivos de vida são limitados (em se tratando de evolução);
  • São de poucos amigos; gostam de viver isoladas;
  • Não ousam mudar; conservadoras até o limite;
  • Sua dieta é sempre a mesma. (Os alimentos que fogem às suas preferências, fazem-lhes mal; portanto, os alimentos são muito restritos);
  • Criam para si uma rotina de "ratinho de laboratório";
  • São muito metódicas. ( Sempre os mesmos horários e sempre as mesmas coisas, mesmos alimentos, mesmas roupas);
  • Costumam apresentar pensamentos circulares e idéias repetitivas bem antes da doença se caracterizar;
  • Cultivam manias e desenvolvem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo);
  • Teimosas, desconfiadas, não gostam de pensar;
  • Leitura os enfastia;
  • Não são chegadas em ajudar o próximo;
  • Avessas á prática de atividades físicas;
  • Facilmente entram em depressão;
  • Agressividade contida;
  • Lidam mal com as frustrações que sempre tentam camuflar;
  • Não se engajam em nada, sempre dando desculpas para não participar;
  • Apresentam distúrbios da sexualidade como impotência precoce e frigidez;
  • Bloqueadas na afetividade e na sexualidade, algumas têm dificuldades em manifestar carinho. Para elas um abraço, um beijo, um afago requer um esforço sobre-humano;

Gatilhos que costumam desencadear o processo

Na atualidade, a parcela da população que corre mais risco, são os que se aposentam - especialmente os que se aposentam cedo e não criam objetivos de vida de troca interativa em seqüência. Isolam-se.

Adoram TV porque não os obriga a raciocinar, pois não gostam de pensar para não precisar fazer escolhas ou mudanças.

Avarentos de afeto e carentes de trocas afetivas, quando não podem vampirizar os familiares ou parentes, deprimem-se escancarando as portas para a degeneração fisiológica e principalmente para os processos obsessivos. Nessa situação degeneram com incrível rapidez, de uma hora para outra.

O que é possível aprender como cuidador?

Paciência, tolerância, aceitação, dedicação incondicional ao próximo, desprendimento, humildade, inteligência, capacidade de decidir por si e pelo outro.

A dieta influencia

Os portadores da doença costumam ter hábitos de alimentação sem muita variação, centrada em carboidratos e alimentos industrializados.

Descuidam-se no uso de frutas, verduras e legumes frescos, além de alimentos ricos em ômega 3 e ômega 6;

Devem consumir mais peixe e gorduras de origem vegetal (castanha do Pará, nozes, coco, azeite de oliva extra virgem, óleo de semente de gergelim).

Estudos recentes mostram que até os processos depressivos podem ser atenuados ou evitados pela mudança de dieta.

Doença silenciosa?

Nem tanto, pois avisos é que não faltam, desde a infância.

Analisando e estudando as características da criança, é possível diagnosticar boa parte dos problemas que se apresentarão para serem resolvidos durante a atual existência, até o problema da doença de Alzheimer.

Dia após dia, fase após fase o quadro do que nos espera no futuro vai ficando claro.

O mal de Alzheimer é hereditário? Pode ser transmitido?

Sim pode, mas não de forma passiva, inscrito no DNA, e sim, pelo aprendizado e pela cópia de modelos de comportamento.

Remédios resolvem?

Ajudar até que ajudam, mas resolver é impossível, ilógico e cruel, se possível fosse; pois, nem todos têm acesso a todos os recursos ao mesmo tempo.

Remédios usados sem a contrapartida da reforma no pensar, sentir e agir podem causar terríveis problemas de atraso evolutivo individual e coletivo, pois apenas abrandam os efeitos sem mexer nas causas.

Remédios previnem?

Claro que não; apenas adiam o inexorável.

Quanto a isso, até os cientistas mais agnósticos concordam.

Um dos mais eficazes remédios já inventados foram os grupos de apoio à terceira idade.

A convivência saudável e as atividades que possam ser feitas em grupo geram um fluxo de energia curativa.

A doença de Alzheimer, acima de tudo, é uma moléstia que reflete o isolamento do espírito que se torna solitário por opção. O interesse pelos amigos é um bom remédio.

O ato de nos vacinarmos contra a doença de Alzheimer é o de estudar as características de personalidade, caráter e comportamento dos que a vivenciam, para que não as repitamos. A melhor e mais eficiente delas é o estudo, o desenvolvimento da inteligência, da criatividade e a prática da caridade.

Quer evitar tornar-se um Alzheimer?

Torne sua vida produtiva, pratique sem cessar o perdão e a caridade com muito esforço e inteligência.

Muito mais há para ser analisado e discutido sobre este problema evolutivo que promete nos visitar cada dia mais precocemente.

Além das dúvidas que levantamos, esperamos que os interessados não se furtem ao saudável debate.

‎"O desapego é necessário para o crescimento espiritual."

E aqui fica a célebre frase de todo doente de Alzheimer:

“Quero voltar para minha casa”

Que casa seria esta?

quinta-feira, 15 de março de 2012

Poema da Semana Espírita Carmelitana 2012

espiritismo1O mundo se renova

são tempos de transição,

aceitemos a nossa prova

é o que diz a revelação.

 

Muita gente é feliz desde agora

outras só no porvir.

Felicidade e luz nesta hora

devemos todos sentir.

 

Perfeição, beleza e arte

a humanidade terá no futuro.

Amor por toda parte,

quem ama nunca está no escuro.

 

Vontade firme é o que precisamos

para podermos crescer.

O presente é este aqui

Esta é a nossa hera

Cada qual renove a si.

 

Ajudar sempre podemos

aqui ou no plano espiritual.

O lugar donde viemos

é que é o original.

 

José Gentil foi convincente

a satisfação foi geral.

Com argumentos lógicos e coerentes

nos ajudou a esquecer o mal.

 

João Paulo, o nosso mascote

falou com propriedade,

mesmo diante da morte,

Deus nos reserva a felicidade.

 

Eliane explicou o cérebro e pensamento

À luz da ciência.

Não faltou conhecimento

muito menos experiência.

 

Maurício falou do codificador.

Mostrou que não estava enganado

Foi um trabalho de amor

do bom senso encarnado.

 

Carlos, o nosso Carlinho,

explanou sobre a evolução.

Falando de mansinho

que é através da reencarnação.

 

Murilo se mostrou muito talentoso

levou-nos a uma bela viagem.

Enfocando o lado científico e o religioso

sem se esquecer que estamos aqui de passagem.

 

A sexta feira foi de louvores

Jesus, o tema central.

Terminando com uma crônica de Maria Dolores.

Aparecida foi original.

 

A irmã Marta às mães consolou,

e o espiritismo é doutrina consoladora.

Aos pais, ela os exaltou.

Não poderia ter melhor professora.

 

William no encerramento.

Que festa maravilhosa!!

Foi tanto contentamento,

a turma ficou orgulhosa!

 

Autora: Maria Tereza Veloso (Monte Carmelo, MG)

terça-feira, 6 de março de 2012

Raul Teixeira prossegue com seu tratamento visando sua recuperação.

Está escrevendo muito bem com a mão esquerda. A mão direita ainda se apresenta com certa rigidez, requisitando continuado tratamento fisioterápico. Ainda se comunica com limitações, embora, consiga articular palavras e frases curtas.
No período do carnaval, esteve presente ao lado de amigos da SEF, jovens da Mocidade e de convidados de outras cidades, no tradicional encontro de quatro dias realizado no interior paulista, participando dos estudos realizados na parte da tarde e dos cultos, à noite. Nos períodos da manhã, rodeado pelos amigos, contava casos e as experiências vividas nas últimas semanas, usando da fala associada aos gestos, que lhe vão permitindo se comunicar.
Raul se apresenta com excelente disposição e com seu conhecido bom-humor.
Sua submissão e confiança na Vontade Divina é contagiante, deixando-nos profundamente comovidos.
Fraternalmente
Diretoria da Sociedade Espírita Fraternidade

sábado, 3 de março de 2012

Hoje começa a XIII Semana Espírita “Seu Manoelzinho” em Monte Carmelo, MG

Hoje as 19:30hs no Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, Rua Ronan Cardoso Naves, 800, Vila Nova, teremos a abertura das palestras com o companheiro José Gentil.

Amanhã (04/03), teremos a palestra com João Paulo Mota no Centro Espírita Luz e Caridade II , situado no Bairro Santa Rita.

Na Segunda (05/03), é a vez de ouvirmos a palestra da Eliana Mota Veloso, no Centro Espírita Caibar Schutell, na Rua Frei Caneca, 23, Bairro Boa Vista.

Na Terça (06/03), teremos a Cida Padial Posso, proferindo sua palestra no Centro Espírita Libertação e Núcleo Assistencial Nosso Lar.

Na Quarta (07/03), ouviremos o nosso irmão Carlos Juscelino proferir sua palestra no Centro Espírita Luz de Joana D’arc, na rua 07 de setembro, Bairro Boa Vista.

Na Quinta (08/03), teremos o companheiro Murilo Antônio no Centro Espírita Joana D’arc, na Rua Piratininga, Bairro Boa Vista.

Sexta (09/03) é a vez do irmão Maurício Ferreira proferir sua palestra no Centro Espírita Luz e Caridade, na rua Eduardo Pimentel, 129, Boa Vista.

Sábado (10/03), nossa irmã Marta Aparecida estará palestrando no Centro Espírita Maria Dolores, Rua Quirino José Quadros, 160, anexo ao Lar dos Idosos, Vial Nova.

No Domingo (11/03), o encerramento será por conta do irmão William Alves de Oliveira, da cidade de Uberaba, MG, no Centro Espírita Humildade, Amor e Luz, na Av. Dona Clara, Centro.

AMOR ETERNO AMOR

     A nova novela da Rede Globo, que estreia no dia 5 de março, às 18:00hs, tratará de espiritualidade. Elizabeth Jhin, autora de “Amor Eterno Amor”, a nova trama global, terá como foco não somente o amor romântico, mas o amor que une pais e filhos, a família humana e a família espiritual. Trabalhará, também, a questão
atual das crianças índigo e cristal. image

     Divaldo Franco¹ afirma que “(...) As crianças índigo são assim chamadas porque possuem uma aura na tonalidade azul, aquela tonalidade índigo dos blue jeans (Dra. Nancy Ann Tape). O índigo é uma planta da Índia (indigofera tinctoria), da qual se extrai essa coloração que se aplicava em calças e hoje nas roupas em geral. Essas crianças índigo sempre apresentam um comportamento sui generis. Desde cedo demonstram estar conscientes de que pertencem a uma geração especial. São crianças portadoras de alto nível de inteligência, e que, posteriormente, foram classificadas em quatro grupos: artistas, humanistas, conceituais e interdimensionais ou transdimensionais. (..)
     “As crianças cristal são aquelas que apresentam uma aura alvinitente, razão pela qual passaram a ser denominadas dessa maneira. A partir dos anos 80, ei-las reencarnando-se em massa, o que tem exigido uma necessária mudança de padrões metodológicos na pedagogia, uma nova psicoterapia a fim de serem atendidas, desde que serão as continuadoras do desenvolvimento intelecto-moral da Humanidade. (...)

     “Allan Kardec, com a sabedoria que lhe era peculiar, no último capítulo do livro A Gênese, refere-se à nova geração que viria de uma outra dimensão. “Da mesma forma que no tempo do Pithecanthropus erectus vieram os denominados Exilados de Capela ou de onde quer que seja, porque há muita resistência de alguns estudiosos a respeito dessa tese, a verdade é que vieram muitos Espíritos de uma outra dimensão.
     Foram eles que produziram a grande transição, denominada por Darwin como o Elo Perdido, porque aqueles Espíritos que vieram de uma dimensão superior traziam o perispírito já formado e plasmaram,
nas gerações imediatas, o nosso biótipo, o corpo, conforme o conhecemos.
     Logo depois, cumprida a tarefa na Terra, retornaram aos seus lares, como diz a Bíblia, ao referir-se ao anjo que se rebelara contra Deus – Lúcifer. Na atualidade, esses lucíferes voltaram. Somente que, neste outro grande momento, estão vindo de Alcíone, uma estrela de 3ª. grandeza do grupo das plêiades, constituídas por sete estrelas, conhecidas pelos gregos, pelos chineses antigos e que fazem parte da Constelação de Touro. Esses Espíritos vêm agora em uma missão muito diferente dos capelinos. É claro que nem todos serão bons. Todos os índigos apresentarão altos níveis intelectuais, mas os cristais serão, ao mesmo tempo, intelectualizados e moralmente elevados.


¹ www.divaldofranco.com/noticias.php?not=42

quinta-feira, 1 de março de 2012

Visão muito limitada

O suceder constante de crimes bárbaros, atrocidades e crueldades por toda parte, acompanhados de quadros tristes de desonestidades e corrupção, desequilibram a harmonia que se espera para a vida humana.

Espanta-se, pois, em se encontrar sobre a Terra tantas maldades e tantas paixões inferiores, tantas misérias e enfermidades de toda sorte, concluindo-se que miserável coisa é a espécie humana. Esse julgamento provém do ponto de vista limitado em que se está colocado, e que dá uma ideia falsa do conjunto. É preciso considerar, todavia, que a humanidade não se encontra toda na Terra, mas apenas uma pequena fração dela. Porque a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão, que povoam os inumeráveis mundos do Universo. Ora, o que seria a população da Terra, diante da população total desses mundos? Bem menos que a de um lugarejo em relação a de um grande império. A condição material e moral da humanidade terrena nada tem, pois, de estranho, se levarmos em conta o destino da Terra e a natureza de sua população.

Faríamos uma idéia muito falsa da população de uma grande cidade, se a julgássemos pelos moradores dos bairros mais pobres e sórdidos. Num hospital, só vemos doentes e estropiados; numa prisão vemos todas as torpezas, todos os vícios reunidos; nas regiões insalubres, a maior parte dos habitantes são pálidos, fracos e doentes. Pois bem: consideremos a Terra como um arrabalde, um hospital, uma penitenciária, um pantanal, porque ela é tudo isso a um só tempo, e compreenderemos porque as suas aflições sobrepujam os prazeres. Porque não se enviam aos hospitais as pessoas sadias, nem às casas de correção os que não praticam crimes, e nem os hospitais, nem as casas de correção, são lugares de delícias.

                Ora, da mesma maneira que , numa cidade, toda a população não se encontra nos hospitais ou nas prisões, assim a humanidade inteira não se encontra na Terra. E como saímos do hospital quando estamos curados, e da prisão quando cumprimos a pena, o homem sai da Terra para mundos mais felizes, quando se acha curado de suas enfermidades morais.

Não se espante, pois, o leitor. Será que ainda somos tão ingênuos de acreditar que a criação máxima de Deus está neste diminuto e inexpressivo planeta? Não é mais lógico que aqui nos reunimos, habitantes dessa morada repleta de problemas e desafios, os enfermos do egoísmo, os detentores da vaidade e do orgulho ou disputadores de poderes transitórios, ainda marcados pela violência? E que em mundos melhores se encontram aqueles que já se despojaram de suas imperfeições morais, numa escala que vai melhorando gradativamente conforme se aprimoram seus habitantes?

O infinito do Universo já indica isso pela lógica do raciocínio. A grandeza de Deus reserva belezas que deveremos conquistar pelos méritos do esforço próprio na melhora moral. Para isso é preciso trabalhar em prol da melhora deste planeta, estendendo as mãos aos que se batem na miséria ou na ignorância. Não há outra alternativa: ou nos tornamos solidários uns com os outros, aprendendo a viver e conquistando méritos de ascensão a planos melhores, ou continuaremos por aqui, batendo a cabeça. O presente artigo adapta trecho de Kardec, constante de O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo III.

Orson Peter Carrara