O ponto de vista pessoal ou a opinião que se tem sobre qualquer assunto é algo que requer cuidado, pois corremos o risco da generalização que perde os detalhes e as circunstâncias específicas.
Uma afirmação de um ponto de vista pessoal pode estar totalmente equivocada, pois não se tem a visão do conjunto, não se conhece os detalhes e as particularidades que envolvem cada caso.
Por outro lado, um ponto de vista ou opinião pouco ou nenhum interesse possui de ser exposto publicamente. Claro que podemos ter opiniões sobre qualquer assunto, mas em considerando a responsabilidade de uso de uma tribuna para falar, divulgar ou estudar o Espiritismo, onde o dever é refletir sobre os ensinos e não para uso de defesas pessoais – sobre opiniões, pontos de vistas, causas e interesses – nossa opinião nenhuma utilidade tem. Mesmo porque num público normalmente heterogêneo há sempre opiniões divergentes sobre qualquer assunto que queiramos expor.
Uma palestra pública, por exemplo, não é local para debates de ideias que gerem polêmica ou lancem dúvidas no público. O compromisso, durante o uso da palavra, é expor, comentar o Evangelho e os fundamentos do Espiritismo. Ou, em outras palavras, explicar, refletir, divulgar o Evangelho e o Espiritismo.
Devemos ter em mente que a função da palestra pública é educar, primeiro ao que fala – porque tem que estudar e refletir sobre o que vai falar – e lançar sementes de esperança e alegria em quem ouve. Com a lógica, lucidez e raciocínios que o Espiritismo proporciona em seus fundamentos e princípios, a oportunidade de uso da palavra para construir reflexões saudáveis é imensa. Usar a tribuna para críticas a posicionamentos, posturas, opções ou decisões de outros é totalmente dispensável. Mesmo porque estamos todos num gigantesco processo de aprendizado, onde nada é absoluto nesse processo e sim tudo relativo, o que não nos dá direito, pois, de julgamentos e posições fechadas sobre qualquer assunto.
Trago a presente reflexão aos amigos em virtude do gigantesco número de horas preciosas que se desperdiça em função de posições pessoais que a nada levam e só lançam sementes de discórdia, desentendimentos e polêmicas dispensáveis em nosso movimento que tem uma tarefa nobre: divulgar Jesus, compreender e estudar o Espiritismo para construção do esperado mundo de regeneração ou da vivência do Reino de Deus.
Temos deturpado isso com nossas posições radicais, prejudicando a nobreza e a finalidade e razão de ser do movimento espírita: divulgar o Espiritismo, motivar os espíritas, unir as ideias e os ideais.
Existem muitos exemplos que podem ser citados e que só desviam do objetivo principal e que nem merecem ser citados. Aliás, vale destacar qual o objetivo principal do Espiritismo: fazer-nos melhores moralmente, como já conhecido. Que razão, há, pois, de sair desse objetivo com críticas, posicionamentos, polêmicas e discussões perfeitamente dispensáveis?
Foquemos nossas ações nesse objetivo e não nos perderemos.
Toda vez que nos lançamos na defesa de opiniões ou pontos de vistas pessoais, eis a grande cilada, eis o equívoco, eis o risco, o perigo. Exposto, aberto, à nossa frente.
E como somos seres falíveis, daí para o equívoco é um passo ou uma palavra. Ou será que nos esquecemos do detalhe?
Antes, usemos a tolerância e a compreensão de que há detalhes e circunstâncias que nos escapam à fria análise de uma opinião pessoal, sempre limitada e carente da exata noção do bem geral que devemos perseguir.
AUTOR: Orson Peter Carrara
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