No dia 8 de fevereiro de 2012, fiz uma enquete no facebook que dizia assim: “Se você tivesse apenas uma semana de vida, o que você faria??? Apenas 7 dias pela frente e nada mais.”Não lembro-me ao certo o que me levou a fazer essa pergunta, mas recordo perfeitamente o quanto as respostas me fizeram pensar. Neste mesmo dia no período da noite, fiz a mesma pergunta para um grupo de 30 pessoas que dou aula, e as respostas também foram fantásticas, fiz ainda essa pergunta para algumas pessoas mais próximas e todas as respostas me fizeram refletir em algumas questões, que divido com vocês agora.
Começo com dois extremos, o ser humano tem uma grande facilidade de polarizar situações. Neste contexto duas respostas me chamaram a atenção, uma pessoa dizendo que se divertiria os 7 dias sem parar, até outra pessoa que disse que iria buscar conseguir dinheiro para pagar todas as despesas da família e partir sem deixar dividas. Uma focada inteiramente em si e no seu prazer, outra focada inteiramente o exterior.
Uma das pessoas disse que se divertiria na praia, aproveitaria muito, e que amava a praia. Eu perguntei há quanto tempo essa pessoa não ia à praia e ela respondeu que já fazia muito tempo, nem lembrava ao certo e que não ia por ter vergonha do corpo, por estar acima do peso. Olha que interessante, a pessoa deixa de se divertir preocupado com o julgamento dos outros, com o olhar dos outros, sente-se inferior por não entrar nos padrões de beleza da sociedade, mas... se tivesse apenas 7 dias, não estaria nem ai, iria para a praia, se divertiria, ficaria com roupas de banho, como só tem 7 dias mesmo, a opinião dos outros passa a não importar tanto e a pessoa viveria o momento.
Agora vamos ampliar esse momento. Você que lê nesse instante, tente se lembrar de uma vez que foi à praia com a família ou amigos, ou em um sitio com piscina, o que vem a mente? As coisas que mais nos marcam, são as coisas simples, a diversão, as boas risadas, a brisa no rosto, o mar, a areia. As coisas que mais marcam são as mais simples. O que importa se alguém olhou para você e achou que estava fora de forma? Mudou alguma coisa na sua vida? É isso o que você se lembra? Ou se lembra dos momentos bons? E muitas vezes deixamos de repetir esses momentos por vergonha... não aceitamos quem somos ou como somos.
A grande maioria comentou que passariam os últimos instantes com a família, o que mostra a grande necessidade que temos de nos nutrir de amor, de sentir esse amor. É tão bom estar perto de pessoas que amamos e que nos amam. Uma das amigas comentou que faz 8 anos que não vê sua família de origem, se emocionou ao se recordar, e disse que passaria os últimos 7 dias com eles, aí então eu perguntei, mas então, porque não os visita o mais rápido possível? Ela sorriu, e disse que decidiu que vai fazer isso, vai planejar a viagem para sua terra natal para rever sua família!
Ainda falando sobre família, sei que alguns possuem mais facilidade em conviver e que outros nem curtem estar com a família, mas uma coisa é certa, na correria do dia a dia, nessa loucura da atualidade, esquecemos muitas vezes de deixar um tempo para viver e conviver. Talvez quem falou que passaria a última semana com a família não fique tanto junto dela. Se sua família é importante para você, encontre mais tempo, curta mais um sorriso, um olhar, um abraço gostoso, o mesmo serve para os amigos.
Particularmente, refletindo sobre todas as respostas, decidi que iria me declarar mais para as pessoas que amo, para meus amigos, familiares, para as pessoas que fazem diferença em minha vida e já estou fazendo isso. Tão Bom! Ah e se declarar sem esperar retribuição hein (não que seja errado querer ser retribuído, é completamente normal). Dizer um “Eu te Amo” (sincero) mas sabendo que talvez a pessoa não retribua, não por não te amar, mas por não estar habituada a falar de seus sentimentos, por não conseguir. Nunca ouvi “eu te amo” do meu pai por exemplo, mas sei que ele me ama, ele mostra do jeito dele, apesar disso sempre digo (agora) “pai eu te amo”.
Algumas respostas na enquete que chamaram a atenção:
“Durante uma semana eu faria tudo valer a pena!”
“Faria tudo o que eu nunca fiz, mas quero fazer”
“Iria me declarar pra pessoa que amo, mas não tenho coragem”
Outra situação recorrente foi pedir perdão, pedir desculpas e dizer tudo o que está guardado.
Algumas pessoas disseram que iriam procurar alguma pessoa em específico e desabafar, dizer tudo o que tem guardado dentro de si e depois disso sim, se sentiriam aliviados para pensar nesses últimos dias.
Guardar mágoa é algo muito pesado, sem dúvidas as pessoas se sentiriam aliviadas. Voltando a analisar a questão do tempo, chamar a pessoa hoje e desabafar dá medo, dá vergonha, o que a pessoa vai pensar, e se ela não gostar, o que ela vai falar de mim... o alivio vai existir mas as vezes não pesamos o custo benefício e poderíamos viver aliviados já. As pessoas que disseram que pediriam perdão entram nesta questão também. Se essas pessoas querem pedir perdão, significa que acreditam que ofenderam alguém, algum dia, que fizeram algo de errado, e se acreditam nisso, pedir perdão tiraria um grande peso das costas. Pedir perdão é terapêutico.
O que essa enquete me mostrou, principalmente, é que diante de um prazo, de uma finitude, tomaríamos decisões importantes e profundas em nossas vidas.
Mas olha que contradição, vivemos como se fossemos eternos, como se nunca fossem chegar esses últimos 7 dias e acabamos deixando de fazer coisas tão importantes. Imagine se tomássemos essas decisões agora! Se fizéssemos essas mudanças já! Se nos permitíssemos viver essa sensação de alivio, de prazer, de alegria, viveríamos melhor!!!
Se eu vou morrer em breve, peço perdão agora para morrer em paz, mas... e se eu ainda for viver muito, o que me impede de pedir perdão agora e VIVER em paz (ao invés de morrer em paz).
Não sabemos se de fato temos apenas 7 dias de vida... ou talvez sete horas, ou 70 meses, 70 anos, 70 minutos, mas podemos fazer desses últimos minutos momentos especiais, viver!!! Vivê-los!!!
Talvez, mais importante que querer morrer em paz, seja... querer viver em paz! Então porque postergamos tanto? Por que ainda valorizamos tanto a opinião das pessoas, da mídia, dos padrões de beleza, riqueza? Quando a vida está ai, nos convidando para mergulhar nas suas experiências, descobertas e riquezas sem igual!
Como costumo dizer: “É preciso ter muita coragem para ser quem somos e não quem querem que sejamos”.
Para encerrar essas reflexões, um trecho do famoso discurso de Steve Jobs, ao descobrir que estava com câncer:
"Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é importante.
Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.”
Permita ser você mesmo! Suas sensações são importantes, opiniões, visão de mundo. Você é importante!
Faça a vida valer a pena já (e não apenas na última semana de vida)
Seja Feliz AGORA!
Bruno Rodrigues
Psicólogo Clínico
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